Empresa portuguesa diz que vai produzir laptop de 50 euros

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O consórcio português JP Sá Couto/Prológica, em parceria com a Intel, anunciou nesta quarta-feira, 30, que irá fabricar um laptop nos moldes do XO, equipamento de baixo custo para fins educacionais criado pela organização não-governamental One Laptop per Child (OLPC), de Nicholas Negroponte, co-fundador do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Batizado de Magalhães, o computador portátil poderá ser exportado para África, América Latina e outros países da Europa. "Temos desenvolvido iniciativas comerciais e contatos com vários países tendo em vista a exportação do novo computador", afirmou Luís Cabrita, da Prológica, em declaração durante a cerimônia de apresentação do novo laptop.

O computador tem como público-alvo crianças de seis a dez anos e, em setembro, começará a ser distribuído aos alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental de Portugal a um custo máximo de 50 euros (o equivalente a R$ 122,50). Para os estudantes mais pobres de Portugal, porém, ele será gratuito.

Na primeira fase da produção, o Magalhães será fabricado em espaço que pertence a atual fábrica da JP Sá Couto, em Matosinhos, na região do Grande Porto, mas está prevista a construção de uma nova unidade. "A capacidade de produção atual da fábrica é de 40 mil unidades por mês, mas vamos construir uma nova unidade para poder atender às encomendas", explicou João Paulo Sá Couto, sócio de uma das fabricantes do Magalhães.

Sá Couto afirmou que "já existem algumas encomendas", mas se negou a adiantar quantidades e os nomes de possíveis clientes. O executivo também não quis revelar o valor do investimento na nova fábrica, alegando que as negociações ainda estão em andamento.

Primeiro computador portátil com acesso à internet fabricado em Portugal, o Magalhães teve seu nome inspirado no navegador Fernão de Magalhães, que fez a primeira circunavegação do mundo. O novo computador é baseado na segunda versão do Classmate PC da Intel, um laptop desenvolvido especificamente para o mercado da educação pela multinacional norte-americana.

"É um computador de última geração, pensado para as crianças, para resistir melhor ao choque e aos líquidos", afirmou o primeiro-ministro português, José Sócrates, na cerimônia de apresentação do Magalhães, que tem autonomia de seis horas e trabalha com qualquer sistema operacional.

O ministro disse que o laptop luso tem "tudo o que de mais moderno existe", como o último microprocessador da Intel – a única peça que não será de tecnologia portuguesa quando o projeto entrar em sua segunda fase de produção, ainda este ano. "No fundo, é um computador para as crianças e para todos, é para ser utilizado dos sete aos 77 anos", declarou.

José Sócrates também anunciou que serão distribuídos de 500 mil computadores portáteis aos alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental no âmbito do novo programa e.escolinha. A declaração foi feita ao mesmo tempo em que a Intel anunciava a segunda versão do ClassMate PC e o acordo com o governo de Portugal para fornecer os laptops. A companhia, porém, se negou dar detalhes sobre o hardware e funções de software, mas adiantou que os novos laptops serão anunciados dentro de um mês, conforme afirmou a porta-voz da Intel, Agnes Kwan. A companhia também se negou a fornecer mais detalhes sobre preços ou prazo de entrega.

A partir de setembro, as escolas portuguesas vão identificar os alunos interessados em aderir ao programa "e.escolinhas" e ficarão responsáveis pela distribuição das unidades encomendadas.

O programa e.escolinha é parte do plano tecnológico lançado pelo governo português em 2005 e é baseado nos princípios do programa "e.escola", que permite a estudantes, professores e trabalhadores em cursos de formação adquirir um laptop pelo valor máximo de 150 euros, pagando até 17,50 euros mensais pelo acesso à banda larga.

Com informações da Agência Lusa.

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