Brasil e China vão lançar três satélites de observação até 2011

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Uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, esta realizando uma série de testes de recepção de imagens do satélite CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), nos Estados Unidos.

Os testes estão sendo feitos no EROS Data Center, do U.S. Geological Survey (USGS), do Departamento do Interior, na cidade de Sioux Falls, Dakota do Sul. A missão faz parte da estratégia de internacionalização das imagens do CBERS, que vem sendo discutida por Brasil e China.

Esta é a primeira vez que o satélite CBERS-2 transmite imagens para um país que não está entre os que desenvolveram o satélite. O Brasil se tornou o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo depois que implantou, em junho de 2004, a política de distribuição gratuita de imagens. Até março, cerca de 200 mil imagens foram distribuídas a usuários do território nacional.

A idéia de comercializar as imagens ganhou força após vários países terem manifestado interesse pelo programa sino-brasileiro. Os Estados Unidos são um mercado-alvo devido a ocorrência de falhas dos satélites LANDSAT-5 e LANDSAT-7, ambos dirigidos pelo USGS, cujas características são similares ao do satélite CBERS.

?Essa primeira missão fora do Brasil é de extrema relevância para o futuro do programa CBERS, que pretende se internacionalizar, oferecendo dados relevantes para os cientistas, e mesmo leigos, do mundo inteiro realizarem um melhor monitoramento do sistema terrestre, para avaliar as conseqüências das ações humanas sobre a Terra?, afirmou o coordenador pelo Inpe das atividades nos Estados Unidos, o engenheiro José Bacellar.

O Programa CBERS foi iniciado em julho de 1988, com a assinatura de um acordo de cooperação entre Brasil e China, para o desenvolvimento conjunto de dois satélites de observação da Terra. O programa prevê o uso dos recursos financeiros e da capacidade técnica dos dois países para estabelecer um sistema completo de sensoriamento remoto competitivo e compatível com as necessidades de cada um.

Na China, a implementação do programa ficou a cargo da CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e no Brasil, do Inpe. O primeiro satélite, CBERS-1, foi lançado da China em outubro de 1999 e ficou em operação até agosto de 2003, quando entrou em órbita o CBERS-2.

Os dois primeiros satélites da família CBERS são equipados com três câmeras para observação da superfície da Terra, as quais fornecem imagens de uma faixa de 113 quilômetros de largura, com resolução de 20 metros, de 120 quilômetros de largura, com resolução de 80 metros, e de 890 quilômetros de largura, com resolução de 260 metros.

Cada satélite foi equipado com um repetidor para coleta de dados, em apoio à operação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. O Catálogo de Imagens é a interface do sistema com os usuários. Acessado pela internet (www. http://www.dgi.inpe.br/CDSR/), permite a consulta e solicitação do acervo de imagens disponíveis. As imagens solicitadas são enviadas em poucos minutos, também pela internet. No caso do Brasil, as imagens abrangem desde mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica, até estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais brasileiras.

Brasil e China pretendem lançar mais três satélites nos próximos quatro anos. O CBERS-2B, uma réplica do que está em órbita atualmente, irá para o espaço ainda neste ano. O lançamento dos outros dois está previsto para 2008 e 2010. No acordo relativo aos dois primeiros satélites a participação brasileira ficou restrita a 30% do projeto. Para o lançamento dos outros satélites, entretanto, o porcentual subiu para 50%. O investimento do Brasil será da ordem de US$ 150 milhões.

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