Alcatel-Lucent volta a ter prejuízo e anuncia corte de 4 mil empregados

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Apesar de ter encerrado o terceiro trimestre com lucro operacional acima das expectativas, a Alcatel-Lucent reduziu novamente as projeções de crescimento de receita no ano em decorrência dos sinais de desaquecimento do mercado mundial de telecomunicações, particularmente na América do Norte.

A receita da companhia no período foi de 4,35 bilhões de euros, uma queda de 8% a uma taxa cambial constante euro/dólar ? ou de 4% no câmbio atual ? na comparação com a receita pro forma de 4,90 bilhões de euros no mesmo trimestre do ano passado.

A margem de lucro bruto ajustado foi de 1,48 bilhão, 34,2% das vendas, ante 1,92 bilhão registrado em igual período de 2006. O prejuízo operacional ajustado foi de 70 milhões de euros, 1,6% das vendas, ante um prejuízo de 430 milhões euros no mesmo trimestre do ano passado. Isso fez com que o prejuízo líquido ajustado (participação do grupo) ficasse em 258 milhões euros.

Diante dos resultados, a Alcatel-Lucent anunciou uma série de medidas, que incluem corte de custos, demissão de funcionários, mudanças na equipe executiva e a criação de um comitê administrativo.

Embora tenha obtido uma redução de 5,6% nas despesas operacionais na comparação com o terceiro trimestre de 2006, a companhia demitiu cerca de mil empregados em todo o mundo. Com relação ao mesmo período no ano passado, a Alcatel-Lucent diminuiu em 5 mil o número de funcionários, antes do impacto dos serviços gerenciados e aquisições (aproximadamente 1.350 pessoas). Até 2009, no entanto, deve cortar mais 4 mil posições de trabalho. Com isso, o total de demissões desde a fusão das duas companhias chegará a 16,5 mil empregados.

A companhia espera que isso resulte em uma economia 400 milhões de euros na margem bruta e nas despesas operacionais até o fim de 2009. Ainda neste ano, ela pretende chegar a uma economia, antes de impostos, da ordem de 600 milhões de euros.

?Estamos tomando decisões difíceis, porém necessárias e iremos administrar essas reduções com cautela. Com esse plano a companhia visa margens brutas na casa dos 30% e operacionais na casa dos 10% a partir de 2010?, disse Patricia Russo, CEO da Alcatel-Lucent. "As condições no mercado são tais que os volumes que estamos vendo não são o que esperávamos", disse a executiva em teleconferência com jornalistas nesta quarta-feira (31/10).

Segundo ela, apesar dos benefícios da fusão, as condições do mercado continuam adversas, com crescente pressão sobre a receita e as margens devido à concorrência mais acirrada e freio nos gastos na América do Norte. ?Essas condições do mercado, aliadas ao nosso compromisso de transformar a companhia a longo prazo nos levaram a adotar um agressivo plano visando melhorar a lucratividade e reposicionar os negócios.?

Como parte do seu plano para melhorar a lucratividade e tornar mais ágil sua estrutura regional, Patricia criou um comitê administrativo composto por sete membros que irão se reportar diretamente a ela, para comandar as operações da companhia. A função desse comitê compreende a estratégia corporativa, as políticas e metas da companhia, planejamento financeiro a longo prazo e estratégia relacionada a recursos humanos. É de responsabilidade do comitê a execução dos planos da companhia e o desempenho dos negócios.

Para tornar mais ágil as operações regionais serão criadas duas estruturas regionais: uma para as Américas e outra que inclui a Ásia-Pacífico, Europa, África e o Oriente Médio.

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