Até o fim de 2014, ao menos 46 mil contas do Twitter estavam relacionadas a partidários da organização terrorista Estado Islâmico (EI), segundo um estudo publicado nos Estados Unidos pelo Brookings Institution, centro de pesquisa independente sobre políticas sociais, econômicas e estratégicas, sediado em Washington, EUA.
O estudo aponta que, embora muitas contas relacionadas ao grupo jihadista tenham sido suprimidas pela rede de microblogs, o número continua alto. O documento diz ainda que cerca de um em cada cinco dos partidários do grupo (20%) escrevem em inglês, três quartos (73%) em árabe e 6%, em francês, por cerca de um quinto do tempo.
O relatório, de 68 páginas, revela que os simpatizantes típicos do EI usam o Twitter "nos territórios da organização na Síria e no Iraque, bem como em regiões em disputa" pelo grupo extremista, embora a pesquisa tenha detectado também um grande número de usuários na Arábia Saudita. Além disso, o documento diz que os defensores do EI também enviaram tuítes de outras regiões, como Itália, Suíça, França, Bélgica, Reino Unido e Espanha.
O Brookings Institution diz que foi capaz de identificar a localização das contas, em parte porque "centenas" delas, monitoradas para o relatório, enviaram tuítes com dados de localização. A entidade diz, porém, que os metadados não permitiram verificar se algumas das contas eram de pessoas baseadas nos EUA, embora certos tuítes de apoio à rede terrorista eram de perfis de pessoas de New York e Washington DC.
"Estamos razoavelmente certos de que alguns dos partidários do EI listaram as contas nos EUA de forma enganosa, para dar a entender que existe uma ameaça interna", diz o relatório.
Os simpatizantes do EI tinham, em média, 1.004 seguidores no Twitter, muito mais do que uma conta média, refletindo o amplo alcance da mídia social. Das contas utilizadas por eles, 69% eram usuários de smartphones com Android e 30%, do iPhone.
