Para YouTube, música, diversidade e realidade virtual impulsionarão vídeo online

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O chief business officer do YouTube, Robert Kyncl, voltou à CES deste ano, quatro anos após sua última participação. Na época, ele fez previsões sobre o futuro do vídeo online.

Ele disse então que até 2020 o vídeo responderia por 90% do tráfego da Internet, e que 75% de todo o vídeo assistido seria online.

Aparentemente, disse, não só ele estava certo, como as coisas aconteceram até mais rapidamente do que o previsto. Segundo ele, a marca de 90% do tráfego da Internet será atingida já em 2019.

O YouTube, conta, tem mais de um bilhão de usuários ao mês, 80% destes de fora dos EUA. E o tempo médio de consumo cresce cerca de 60% ao ano.

Atualmente o consumo médio global de vídeo está em torno de 5 horas ao dia. "Só perde para o tempo dormindo e o trabalho", disse Kyncl. A indústria gera US$ 200 bilhões anuais de receita, vindos principalmente da TV paga, que começa a declinar, segundo o executivo.

Ele conta ainda que o vídeo online superou este ano as redes sociais como a atividade que consome mais tempo online, com média de 1h15 ao dia. "O vídeo online será a principal forma com a qual a pessoa passará seu tempo livre até o fim da década", afirmou.

Quatro razões

São quatro, segundo Kyncl, os motivos pelos quais isso se dará. O primeiro é a mobilidade. Os celulares, lembra, estão ganhando telas maiores, com melhor definição de imagem e som, e maior duração de bateria. O tempo médio diário de consumo de vídeo no mobile é de 40 minutos, segundo ele.

O segundo é a diversidade. A revista Variety, diz, já mostra que as estrelas do YouTube são hoje mais populares entre os millenials que as estrelas de cinema ou TV. "Ainda haverá os blockbusters, mas cada vez menos gente terá o mesmo gosto. Foi assim com o cabo, começou sem muito dinheiro e apostou nos nichos, como fizeram lá atrás a ESPN, AMC, MTV, CNN. Quando cresceram, evoluiram para conteúdo original. A HBO e a Netflix fizeram igual, começaram com licenciamento e depois partiram para a produção original", disse.

O online segue o mesmo caminho, diz Kyncl. "Mas com muito mais variedade, porque é uma plataforma democrática, cada um pode criar e assistir. Não só abarca todos os gêneros, como tem alguns que nasceram na própria plataforma, como conteúdos de videogames, tutoriais etc". Ele conta que o YouTube também está investindo em conteúdos originais, com o recém lançado serviço pago YouTube Red. A ideia, diz, é usar os melhores talentos da plataforma e criar conteúdos premium com eles. "É atraente para os jovens. É mais viável ele ser o próximo PewDiePie do que o novo Tom Cruise".

A terceira razão, diz, é a música. "O vídeo é mais importante do que nunca para a música. Mais da metade dos teens usam o YouTube para descobrir músicas, até porque temos a maior biblioteca do mundo. E é um modelo bom também para os artistas, que ao invés de pagar para ser tocado, como antigamente, hoje recebem pelos views. Pagamos US$ 3 bilhões ao ano para a indústria de música", conta.

Finalmente, diz Kyncl, a última razão para a explosão do vídeo online é a experiencia mais imersiva que a da TV. "Vídeos imersivos em 360° são uma experiência melhor no mobile que na TV".

Ele conta que o YouTube fez uma parceria com a GoPro para desenvolver uma câmera 360°, e estão pondo estes equipamentos em todos os YouTube Spaces (estúdios mantidos pela plataforma em várias cidades do mundo para uso gratuito dos criadores).

A VR (realidade virtual) é uma grande aposta do Google. A empresa criou e distribuiu o Cardboard, dispositivo de VR de baixo custo, e com o YouTube deram um espaço para a divulgação destes vídeos.

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