Cresce desconfiança do internauta sobre armazenamento de dados online, diz estudo

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O atual momento de insegurança vivido pelos usuários de internet brasileiros, devido ao aumento de crimes eletrônicos, elevou a percepção geral em relação à falta de segurança na web e a importância de uma legislação mais rígida no combate a fraudes eletrônicas no país. É o que indica a 5ª edição da pesquisa sobre o comportamento dos usuários na internet realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) com mil pessoas do município de São Paulo. O relatório revela, por exemplo, que 66,6% dos entrevistados disseram conhecer, ainda que genericamente, a nova lei de crimes cibernéticos (Lei 12.737), popularmente conhecida como Lei Carolina Dieckmann. Contudo, apenas 16,3% acreditam que ela será suficiente no combate aos delitos virtuais.

Quando perguntados sobre o conteúdo ilegalmente espalhado na rede, a maioria dos entrevistados (65,9%) destacou que esse tipo de material deveria ser removido imediatamente a pedido da vítima, enquanto 34,1% dos consultados destacaram que só deveria ser retirado por ordem judicial. Além disso, 95,5% dos usuários acham que provedores de conteúdo devem avisar seus clientes quando receberem aviso judicial relacionado a alguma infração que cometeram. Outro dado relevante que o estudo mostra é que 72,3% dos usuários não confiam na guarda de dados pessoais por sites que solicitam essas informações. O resultado demonstra que houve um aumento na desconfiança dos usuários em relação ao ano passado, quando apenas 48,7% disseram não confiar.

O avanço da conscientização dos usuários com relação à falta de segurança na internet, contudo, ainda é ínfimo comparado ao o que a legislação brasileira oferece atualmente, na opinião do advogado Renato Opice Blum, presidente do Conselho de TI da Fecomercio-SP. "Não adianta termos maturidade de percepção, se não temos amparo legal. Precisamos evoluir nesse sentido", ponderou durante a apresentação do estudo.

Crimes digitais

O porcentual de pessoas que informaram já ter sido vítima ou ter alguém da família prejudicado por crime digital registrou alta, passando de 12,7%, em 2012, para 17,9% neste ano, enquanto 82,1% afirmaram não ter sido vítima de nenhum delito digital. Diferente do ano passado, quando o crime mais comum foi relacionado à não entrega de produto comprado pela internet (28,1%), neste ano, a pesquisa revela que, apesar do avanço na qualidade dos sites de comércio eletrônico, houve uma queda na segurança de transações bancárias. Nesta edição do estudo, 33% dos entrevistados afirmaram ter sido vítimas de clonagem de cartões de crédito, e 15% do desvio de dinheiro da conta bancária em transações realizadas pela internet. A não entrega de produto em compras feitas pela web foi motivo de reclamação por apenas 3% dos participantes.

Apesar dos riscos, reduziu o número de pessoas que utilizam alguma ferramenta tecnológica, como software, para evitar a captura de senhas, fraudes e invasões em computadores ou outros dispositivos pessoais. Em 2012, 79,8% afirmaram usar essas ferramentas, enquanto neste ano, apenas 65,4% as empregam.

A desconfiança dos usuários também está ligada ao uso de dados pessoais pelas empresas, já que quase metade dos usuários da internet (49,8%) na cidade de São Paulo acha que as corporações utilizam os seus dados pessoais e os compartilham com outras pessoas ou empresas sem a sua autorização. No que tange a guarda dessas informações, 72,3% das pessoas não confiam no armazenamento dos dados pelos sites que as solicitam — um aumento na comparação aos 48,7% do ano passado. No entanto, mesmo com as reservas, 87,8% dos usuários acreditam que os sites deveriam guardar os registros de acesso para auxiliar investigações de crimes eletrônicos.

Uma das novas questões apresentadas na pesquisa revelou que 48,7% dos internautas utilizam seus dispositivos pessoais — computador, tablet ou celular — no ambiente de trabalho, sendo que 29,7% dos entrevistados levam dados ou informações da empresa nesses aparelhos. Isso revela outro grande problema, pois a maioria (86,4%) têm receio que ocorra fraudes ou ataques de hackers aos dispositivos.

1 COMENTÁRIO

  1. Não basta ter uma nova legislação contra uso ilicito, mas sim uma consciência de utilidade correta dessa ferramenta. Porque crimes ocorrerão por maioria por interesse por informação importante, dentro do dispositivo. Com essa lei nova, crimes virtuais vão minimizar, porém não vão intimidarem os "Curiosos fantasmas"

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