CIOs devem superar barreiras e liderar a transformação digital nas empresas

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Na busca da chamada transformação digital, o CIO deve ocupar um papel relevante dentro das grandes organizações para promover o novo conceito. Independente da polêmica em torno da dualidade sobre se ele deve assumir um perfil mais técnico ou de negócios, a empresa precisa operar essas mudanças, criando um grupo interno ou buscando apoio de uma startup inovadora para liderar o processo. Segundo Claudio Soutto, sócio da área de consultoria em tecnologia da Deloitte, esse dois modelos são válidos, mas o importante é que sejam executados com velocidade.

O estudo "Tech Trends 2016 – Innovating in the Digital Era", divulgado nesta terça-feira, 15, pela Deloitte, diz que a velocidade das mudanças nos "ecossistemas" globais de negócios exige que os CIOs adaptem seus modelos de gestão a novos cenários e liderem a introdução e o uso de novas tecnologias no dia a dia das empresas.

O que deve estar no radar desses profissionais nesse momento de transição? Em sua sétima edição, o estudo aponta as oito principais tendências tecnológicas que devem impactar os negócios nos próximos dois anos.

Entre blockchain (termo em inglês para o movimento da democratização da confiança), realidade aumentada e Internet das Coisas (IoT), o relatório aborda temas que devem fazer parte da pauta dos CIOs atualmente. Além destes três tópicos, esses profissionais precisam lidar com o impacto social das tecnologias exponenciais, cyber-risco, a reinvenção do core dos sistemas, plataformas autônomas e a importância da velocidade de TI.

Com o objetivo de traçar perspectivas e identificar como os CIOs buscam novas abordagens para crescer e inovar, o relatório, além de ouvir os próprios executivos, traz as percepções de relevantes especialistas da indústria e de acadêmicos, planos e prioridades de investimento de start-ups e a visão de investidores dos principais fornecedores de tecnologia, além da experiência da rede global de consultores da Deloitte.

Soutto explica que os CIOs podem empregar as tendências apontadas como referências para definir suas prioridades de investimento, transformar suas organizações e ajudar a acelerar o crescimento dos negócios e dos mercados em que operam.  "Os CIOs precisam liderar esses projetos. É preciso encontrar novas abordagens para criar valor real para o negócio, sempre avançando a partir das realidades de hoje", complementa.

Tendências e seus impactos

Com o blockchain, as transações digitais se tornam o padrão da economia global. Muitas delas, porém, dependem de instituições tradicionais e são geridas e certificadas de forma ineficiente. Ele permite a distribuição da contabilidade e a elaboração de contratos inteligentes, permitindo às organizações redefinir a forma como o valor é trocado entre as partes – estimulando novas abordagens à gestão de ativos, fidelidade dos clientes, prontuários médicos eletrônicos, pagamentos internacionais e muitos outros cenários.

Já quando se trata de realidade virtual e de realidade aumentada, há novos horizontes. O futuro das soluções móveis depende, cada vez mais, dos dispositivos batizados de wearables­­ (basicamente, tudo o que possa ser vestido), especialmente à medida que as soluções de realidade virtual e realidade aumentada tornam-se disponíveis no mercado, atrelados a esses objetos. Essas tecnologias têm potencial também nas empresas, com recursos que podem reformular os processos de negócio ou revisar fundamentalmente as experiências dos clientes. A evolução da interação, que antes se resumia a apontar, clicar e digitar, hoje abrange novos comandos, como tocar, deslizar e falar. Com a interação intuitiva, o gesto, o humor e o olhar passam a ter um espaço importante.

Há novas perspectivas em diversas áreas da evolução tecnológica. O valor da Internet das Coisas, por exemplo, não é mais mensurado de acordo com a quantidade de sensores instalados ou o número de novos dispositivos conectados. A eficácia dessa tecnologia está no potencial disruptivo de reinventar os processos e reescrever os negócios, o governo e a sociedade. As organizações mais evoluídas já estão controlando esse potencial por meio de abordagens inovadoras até a preparação de eventos, análise cognitiva e robótica.

E, com essas transformações, há um impacto social das tecnologias exponenciais no mundo. Uma classe emergente de empreendedores tem acessado, adotado e feito experimentos com tecnologias exponenciais. Essencialmente, as mesmas forças que impulsionam a inovação e o crescimento no mundo dos negócios também podem impulsionar a transformação nas áreas sociais. Os maiores desafios da humanidade em educação, saúde, mudanças climáticas e até em direitos civis podem ser vistos sob uma ótica diferente enquanto as tecnologias disruptivas alimentam a solução criativa de problemas.

O cyber-risco continua sendo uma preocupação universal – incluindo implicações em segurança, privacidade e conformidade. Não se trata mais de um tema à parte, mas de uma disciplina empresarial inserida no planejamento, projeto e realização de cada nova tendência em tecnologia. As organizações precisarão equilibrar sua prioridade para experimentar novas áreas e, mais importante, determinar de que forma enxergar além das preocupações atuais para estimular a inovação e sair à frente nas áreas mais cruciais para os negócios.

Além de todas essas tendências, o estudo Tech Trends aponta a necessidade de reinventar o core dos sistemas, das plataformas autônomas e a importância de empregar a TI na velocidade certa.

As empresas brasileiras, em diferentes estágios de maturidade, podem observar com atenção essas novas realidades para analisar se as ações que adotam estão alinhadas com tendências globais e, se for preciso, redefinir suas prioridades. "Definir, avaliar e mensurar os benefícios obtidos por meio de novas tecnologias ainda é um grande desafio", avalia Soutto.

"Se a economia digital exige uma nova postura das empresas na condução de seus negócios, a transformação digital revoluciona a forma como as corporações se relacionam com seus clientes e fornecedores, dando mais poder aos consumidores,'' finaliza.

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