UE deve considerar novas evidências para reabrir processo antitruste contra o Google

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Órgãos reguladores da União Europeia devem considerar novas evidências de que o caso antitruste da Justiça dos EUA contra o Google tenha sido maior do que se pensava, bem como a possibilidade de retomar as investigações sobre práticas anticompetitivas do gigante das buscas, de acordo com informações do The Wall Street Journal.

O jornal americano divulgou na quinta-feira, 19, que funcionários da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) concluíram que, de fato, o Google usou táticas anticompetitivas e abusou do seu poder de monopólio, prejudicando a concorrência e os usuários de internet, uma análise muito mais rígida do que era anteriormente conhecido.

Em 2012, a FTC chegou a recomendar a abertura de processo contra o Google por práticas desleais no mercado de buscas nos Estados Unidos. No entanto, após um ano, funcionários da Comissão votaram, de forma unânime, pelo fim da investigação, depois que a empresa decidiu mudar algumas práticas questionadas em 2013.

"Esta nova evidência … é crucial e não poderia vir em melhor hora", disse Ramon Tremosa Balcells, parlamentar que representa a região espanhola da Catalunha na Comissão Europeia.Ele era um dos principais apoiadores de uma resolução do Parlamento Europeu controversa em novembro, que apelou para uma possível dissolução da gigante das buscas.

O relatório da equipe da FTC, ao qual o jornal americano teve acesso nesta sexta-feira, 20, diz que o Google roubou ilegalmente conteúdo de sites rivais como Yelp, TripAdvisor e Amazon.com, para melhorar os seus próprios serviços. Ele citou um exemplo, quando o Google copiou o ranking de vendas da Amazon para classificar os seus próprios itens.

Próximos passos

A nova comissária da União Europeia, Margrethe Vestager, agora estuda a possibilidade de a diante o processo contra o Google. Desde que tomou posse, em novembro de 2014, a comissária enviou duas rodadas de questionários a empresas de internet, para atualizar o arquivo do caso. Seu antecessor, Joaquín Almunia, tentou e falhou, por três vezes, firmar um acordo com o gigante das buscas.

"O vazamento da FTC confirma que várias empresas norte-americanas estão reclamando sobre práticas desleais do Google", disse o parlamentar espanhol Tremosa. Isso, segundo ele, demonstra que a oposição ao Google "não é uma guerra protecionista da União Europeia contra a empresa norte-americana."

O novo documento pode levar os concorrentes do Google a prestar novas queixas, redobrando a pressão das autoridades, especialmente europeias.

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