Indústria 4.0 e a segurança dos dados: como acompanhar a evolução tecnológica de maneira segura?

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Com a chegada da Indústria 4.0 e a automação dos dados, os processos produtivos ficaram super conectados. Conhecida como a quarta revolução, esse movimento colocou as fábricas em um novo patamar de produtividade, eficiência e gestão ao, por exemplo, promover a automatização de suas operações e migração dos dados para a nuvem. Se, por um lado, estas mudanças trazem inúmeros benefícios para toda a cadeia produtiva, como melhora da performance, redução de custos e insumos para análises preditivas, por outro lado ainda gera muita insegurança.

Por mais que esta preocupação seja legítima, é importante desmistificar alguns conceitos preestabelecidos sobre esta nova onda tecnológica. Todos os departamentos de uma fábrica precisam saber como lidar com estas informações e a maneira correta de preservá-las. Alguns setores, como Tecnologia da Informação, Marketing, Vendas, RH, Gestão e Finanças, por exemplo, já lidam com a automatização das suas operações há mais tempo e a migração para um ambiente cada vez mais digital acontece de maneira natural. Porém, para o chão de fábrica este ainda é um assunto novo, que gera dúvidas e inseguranças e, em muitos dos casos, atrasa a implementação de novos projetos.

Porém, basta olhar o macro e perceber que a maioria das áreas da uma empresa já opera na nuvem para entender que as informações não ficam vulneráveis. O faturamento de uma corporação, o estoque das lojas, dados dos funcionários, são alguns dos exemplos de informações sigilosas e importantes que já podem ser acessadas de qualquer lugar sem que a insegurança seja um impeditivo.

Durante nossas incursões por fábricas de todo o Brasil, um dos temores mais comuns é o vazamento de informações. Porém, ao analisarmos históricos de invasões em empresas de todo o mundo, fica claro que a maioria delas não partiu de hackers e sim dos próprios colaboradores. Segundo pesquisa do Gartner, divulgada em 2015, os usuários são responsáveis por 95% das falhas de cloud computing – e não a tecnologia.

Um destes exemplos é o caso WikiLeaks, vazamento de informações da CIA que expôs muitos dados confidenciais dos Estados Unidos. O que os jornais noticiaram como uma invasão hacker, foi na verdade um ex-funcionário que facilitou o acesso à terceiros.

No caso da indústria, na maior parte destes casos, o principal motivo para o vazamento de informações da nuvem pelos funcionários é o despreparo, falta de treinamento qualificado e problemas no processo operacional. Por isso que, quando falamos em segurança, é fundamental manter em total harmonia o tripé: pessoas, processos e tecnologia. Não basta que os processos e a tecnologia sejam efetivos se os usuários não estiverem cientes de como é importante proteger o ambiente corporativo.

Quando olhamos para a indústria é fácil perceber a rapidez com que ela vem evoluindo. A chamada Internet Industrial tem um papel importantíssimo para o crescimento do País, principalmente ao que se refere à inovações tecnológicas efetivas e seguras. Os robôs adotados nas fábricas passam por constantes manutenções preventivas para garantir que não haja nenhum erro que os tornem vulneráveis, pelo contrário, eles são preparados para desenvolverem suas atividades em sintonia com as demais máquinas e pessoas, contribuindo – e muito! – para o desenvolvimento da nova economia.

Tudo que é novidade gera buzz e é normal que as pessoas se sintam inseguras. Porém, com a minha experiência posso afirmar que se as companhias investirem em processos, seguirem os protocolos de segurança e trabalharem todas as pontas de uma planta fabril, a digitalização as tornarão mais competitivas não só frente aos concorrentes locais, mas também diante das empresas globais, que já avançam de forma mais rápida na disrupção das linhas de produção. Com a chegada definitiva da indústria 4.0 em todos os departamentos da indústria – desde TI, passando por Logística, à Produção – elas ganharão em competitividade e terão um rápido retorno financeiro.

Ricardo Gonçalves, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Pollux.

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