Pesquisa aponta falha mundial em antivírus

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Pesquisadores do CTI – Centro de Tecnologia da Informação – Renato Archer, em Campinas/SP, e da Universidade Federal de Uberlândia conseguiram demonstrar, por meio de uma técnica de testes de antivírus, que entre 150 e 180 antivírus existentes no mundo trazem consigo uma deficiência "genética" que permite a destruição de arquivos em computadores, tablets ou smartphones. A técnica de testes de antivírus denominada "Apoc@lypse", desenvolvida ao longo de três anos de pesquisas, resultou na descoberta da primeira "doença cibernética autoimune", comprovando um erro no conceito de assinaturas, que é a base dos antivírus desde a sua criação até hoje.

Capa_livro Apoc@lypse

"Nossa pesquisa apontou uma falha no conceito de identificação dos chamados malwares – softwares mal-intencionados – que são as assinaturas características de cada arquivo, aplicadas nos antivírus há quase 30 anos. Todos os antivírus possuem um núcleo comum, uma mesma origem, como um DNA primário, e trazem uma deficiência genética dos primeiros antivírus", explica Rodrigo Ruiz, pesquisador do CTI Renato Archer.

"Conseguimos implantar o DNA inofensivo de alguns vírus de computador em arquivos sem afetar a sua funcionalidade. Com isso os antivírus passam a combater e destruir arquivos que não representam riscos. Exatamente o que acontece em uma doença autoimune, em que o sistema imunológico humano passa a atacar o próprio organismo", complementa Ruiz.

A prática de copiar e colar códigos ou conceitos na construção de antivírus pode ser um dos motivos para que essa falha aconteça. Muitas ferramentas de proteção são utilizadas há décadas sem alterações em suas bases.

Os pesquisadores estudam agora uma correção para esse erro na origem dos antivírus. "Essa pesquisa chama toda a indústria de antivírus a repensar seus conceitos, evoluir e apresentar a todos nós produtos melhores e mais seguros", diz Rogério Winter, Tenente Coronel do Exército Brasileiro e oficial de ligação no CTI Renato Archer, um dos pesquisadores responsáveis pelo Apoc@lypse.

Juntamente com Rodrigo Ruiz, Kill Park (da Universidade Federal de Uberlândia) e Fernando Amatte, consultor em Segurança da Informação, Winter lança nesta terça-feira, 1, o livro 'Apoc@lypse: The end of antivírus', que relata os detalhes da pesquisa e qual será seu impacto no mercado mundial de antivírus. "O livro aborda como essa ferramenta da segurança da informação compromete e impacta a vida de todos, do empresário ao usuário doméstico", complementa Winter. O livro será vendido pela Amazon.

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