Caminho das pedras: abordagem multimodal para uma transformação digital bem sucedida

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Embora a maior parte dos exemplos bem sucedidos estejam focados em como um app transformou uma indústria inteira, ou no fato de que graças a grandes dados e tecnologias emergentes as pessoas nunca mais comprarão, assistirão ou comerão um determinado produto/serviço da mesma maneira; não se engane: transformação digital não é somente sobre tecnologia, embora ela seja parte importante desta equação.

Tecnologia é apenas uma das peças deste quebra-cabeça. O sucesso, de fato, está na estrutura. Ou seja: é preciso ter uma organização configurada não apenas para dar suporte à transformação digital, como também para assegurar que o core business continue a funcionar. Ray Wang, da Constellation Research, explicou no artigo "Nine starting points for digital transformation in manufactaring", quais os perfis de equipes, estejam elas presentes fisicamente, ou trabalhando virtualmente, necessárias para alcançar o sucesso nesta transformação.

As equipes de inovação incremental melhoram os modelos de negócios existentes. Elas têm a incumbência de melhorar o modelo existente de forma a torná-lo mais ágil, eficaz e barato. As principais características desse grupo incluem domínio técnico, paixão por melhoria, compreensão das restrições e espírito de inovação.

Para inovar com novos modelos de negócios, surgem os times de inovação transformacional. Muitas vezes vistos como grupos de operações especiais essas pessoas exploram modelos de negócios adicionais e suas principais características são: propensão para interrupção, desrespeito às regras existentes, paixão por inovação e capacidade de lidar com conceitos abstratos.

As equipes de conceito para comercialização viabilizam a monetização. São responsáveis por descobrir como incorporar um projeto aprovado pela equipe de inovação transformacional num novo modelo de negócios com os sistemas existentes. Trata-se de um grupo multidisciplinar de especialistas em inovação incremental, inovação transformacional e sustentabilidade das operações. Possuem alto grau de criatividade, pensamento disruptivo, conhecimento político e compreensão do comportamento humano e de recompensas.

Para garantir que haja harmonia entre as equipes, temos o time de cultura, que baseia-se em diferentes disciplinas e fica responsável por definir as normas culturais entre todas as equipes. Para isso, além de destacar as diferenças, também devem encontrar as pontes entre todas elas para inspirar a inovação, o que requer diversidade de pensamento em várias disciplinas.

Os times de governança asseguram o alinhamento geral da organização. Esta equipe deve fornecer regras básicas para garantir que se alcance os objetivos de negócios. Em alguns casos, inclusive, esta equipe configura o ecossistema de parceria para co-inovação e co-criação. As principais características incluem experiência em elaboração de políticas, gerenciamento de compras, design de compensação e conhecimento político.

E, por fim, as equipes de operações de manutenção mantêm as luzes acesas. Seu objetivo é proporcionar eficiência operacional, confiabilidade sólida e economias de escala. Para isso, precisa ter atenção aos detalhes, ética e adesão aos padrões e regras.

Para empresas menores, uma lista como essa pode parecer intimidante, pois fica parecendo que é preciso um exército para que a transformação digital aconteça. A boa notícia é que não é preciso ser um gigante para se aproveitar disso. E a verdade é que as PMEs muitas vezes têm mais facilidades para pensar de forma diferente e agir rapidamente para aproveitar as oportunidades; ou, melhor ainda, criar as suas próprias.

Seja como for, ou para que públicos forem, uma lista como essa deve funcionar como uma forma de estruturar pensamento e processos. O que importa, é que todos os aspectos de uma estratégia – da inspiração e execução a integração e manutenção contínua – sejam abordados. E à medida que os esforços de transformação digital amadurece, uma coisa fica bem clara: aqueles que se concentram apenas na tecnologia estão condenados a parar no meio do caminho. Por isso, a chave é encontrar uma estrutura que possa transformar a inspiração em realidade.

Gabriel Lobitisky, da Infor.

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