Clusterização, alta disponibilidade e continuidade dos negócios

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Estamos em um momento de retomada econômica no país. Em todos os segmentos da economia as empresas investem seus melhores esforços para ampliar e aprimorar os negócios, gerar novas receitas, fidelizar e conquistar clientes. Imagine se durante alguma das operações diárias fundamentais de uma companhia, o sistema que armazena as informações simplesmente parasse e não fosse possível atender às demandas dos clientes e fornecedores. A perda financeira pode ser muito alta e a confiabilidade seria afetada. Felizmente, contamos com avanços contínuos em tecnologia e a clusterização de alta disponibilidade é uma solução que contribui significativamente com a continuidade dos negócios.

Diariamente utilizamos e armazenamos muitas informações. Pense na empresa que você trabalha e tente imaginar quantos arquivos essenciais para a estratégia do negócio são produzidos a cada dia pelos funcionários. Tendo em mente esse cenário, torna-se evidente a necessidade de armazenar (de forma eficaz) e recuperar as informações, quando necessário, de maneira confiável e segura.

Para um Database Administrator (DBA), profissional responsável por administrar o banco de dados de uma empresa, existem diversas atribuições técnicas que fazem parte de seu dia a dia. Uma delas é prevenir os mais variados tipos de falha e assegurar a continuidade dos negócios. Nesse sentido, faz parte das boas práticas a implementação de um sistema de banco de dados em alta disponibilidade, também chamado de cluster de alta disponibilidade.

De maneira mais técnica, no mercado existem dois modelos: o Ativo-Ativo e o Ativo-Passivo. O primeiro consiste no uso de uma área de armazenamento em disco compartilhado, acessível por N servidores de dados que integram um cluster. Esses, por sua vez, possuem mecanismos de prevenção e detecção rápida de falhas e mecanismos de fail over. Ou seja, quando um dos servidores, integrados ao cluster, apresentam uma falha – seja ela de origem lógica ou física, valendo-se do mecanismo de fail over, é possível redirecionar automaticamente as sessões presentes no servidor que apresentou alguma falha para outro disponível.

Já no método Ativo-Passivo, um servidor recebe e trata todas as requisições. E quando há confirmação dos dados, eles são enviados por um mecanismo de escrita de logs por rede, "LnWr – Log Network writer", podendo ser configurado para proteção das informações. Sendo assim, não existe atraso na propagação das informações, entretanto, por outro lado, o desempenho do ambiente de produção pode ser prejudicado. Por ser mais acessível, esse segundo método é mais utilizado para recuperação de desastres do que para alta disponibilidade. Existe, ainda, a possibilidade de utilizar o servidor passivo como "Read Only", em modo apenas leitura.

A melhor solução para negócios de maior criticidade é o método Ativo-Ativo, com alta disponibilidade. Enfatizo que todo processo ocorre de forma automatizada e transparente com o usuário final. Inclusive, além dos mecanismos que mencionei anteriormente, existem os dispositivos de virtualização do servidor. Esses gerenciam os arquivos de dados pertinentes ao Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) dentro de um Conjunto Redundante de Discos Independentes (array de discos), podendo aplicar:

"Stripping" – mecanismo de divisão dos dados por N discos do array, paralelizando a escrita dos dados em todos os discos que compõem o array;

"Mirroring" – espelhamento dos dados contidos em um determinado array de discos para um segundo array, chamado de "fail group", agilizando possíveis recuperações em caso de falhas de mídias físicas;

"Rebalancing" – balanceamento do uso de disco de modo que todos os discos do array recebam a quantidade proporcional de informações garantindo um consumo linear da área de armazenamento.

Independentemente do método adotado é importante prevenir possíveis falhas com o servidor que armazena os dados da sua companhia. É importante avaliar como seus investimentos em soluções de TI tem contribuído com os resultados e ampliação dos negócios. Exemplifico essa afirmação com os dados da 28ª Pesquisa Anual do Uso de TI nas Empresas, o estudo realizado pela FGV e divulgado em abril de 2017, reforça a importância de investimentos em TI. Pois, aponta que cada 1% investido em TI há um aumento de 7% no lucro das empresas, em apenas dois anos.

A clusterização é uma tendência de tecnologia que garante a eficiência para o dia a dia de uma companhia. Essa solução tem grande potencial e, em breve, será possível ampliá-la para cloud no Brasil. Aproveite o momento de retomada econômica para definir as estratégias de negócio e verificar como a tecnologia pode ajudar a dar continuidade a ele.

Ronaldo Viana, especialista em Banco de Dados da TmaxSoft Brasil.

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