O impacto das práticas Ágeis no processo de expansão internacional da empresa

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De acordo com a primeira edição Pocket Guide TI, um desafio enfrentado pela maioria dos empreendedores brasileiros que tentam ir além-fronteiras é sua condição de pequena empresa, ou seja, equipe demasiada enxuta para dedicar tempo à internacionalização.

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Figura 1. Pesquisa realizada junto a 260 empresas do Projeto Setorial Softex/Apex-Brasil

Em uma recente pesquisa realizada junto a 260 empresas do Projeto Setorial Softex/Apex-Brasil, cerca de 65% indicaram que a internacionalização da empresa é visão compartilhada por todos os principais acionistas e executivos. Porém, quando questionados se a empresa conta com dirigentes dedicados aos negócios internacionais, cerca de 60% afirmaram ter ninguém responsável pela função.

 

Mas no caso do setor de TI, tal questão organizacional não deveria impor uma barreira impossível de se superar. Temos acompanhado a criatividade com a qual as empresas de TI têm respondido à necessidade de agilidade e flexibilidade do mercado. A CI&T, por exemplo, apresentou o primeiro piloto em larga escala da Metodologia Ágil dentro da Coca-Cola Global para o software da "Happiness Flag". Enquanto que empresas como Criarenet e Jambu Tec  tem evoluído em seus processos por meio do Scrum e de outras práticas ágeis.

As Metodologias ágeis estão sendo incorporadas na implantação de projetos de grandes a pequenas empresas com o intuito de trazer dinamismo ao desenvolvimento. Ao permitir particionar a solução em funcionalidades descritas pelo cliente, esta se torna mais palpável e o objetivo de sua entrega ganha maior foco. Além disso, passa a ser possível testar e validar as funcionalidades em ciclos mais rápidos de desenho-desenvolvimento-teste, viabilizando ainda a adição de funcionalidades que apareçam ao longo do projeto, o que é mais complicado de se fazer em metodologias mais tradicionais. Com isso, busca-se aumentar a taxa de sucesso de projetos de TI dentro das empresas, não apenas sob a perspectiva de entrega da solução no tempo, custo e escopo esperados, mas também sob a ótica de captura de benefícios pelos patrocinadores dos projetos.

O ecossistema também tem sido generoso nesse sentido. Recentemente, a comunidade de agilistas brasileira apresentou no Agile Trends 2015 as mais atuais técnicas de integração de times, andamento de projetos e entregas periódicas de valor. Diversas práticas foram demonstradas – personas, features, priorização, jornadas de usuário, mapeamento de valores etc. A questão então seria como aproximar essas práticas ágeis, já tão conhecidas no universo da TI, da estratégia de internacionalização das empresas do setor.

Para o Forrester, além do agile, o modelo lean também deve ser considerado. Enquanto o agile é uma abordagem mais clara e tangível para equipes de desenvolvimento de software, o pensamento lean, por outro lado, apela mais para o universo dos negócios. Ainda segundo o Instituto, os líderes de negócios deveriam introduzir o pensamento enxuto (lean) no nível do processo organizacional, já os líderes da organização que apoiam o desenvolvimento de software deveriam aplicar seus métodos ágeis em conjunto. Assim, a combinação ágil & lean ofereceria um ambiente propício e poderoso para a transformação dos negócios, dando fôlego à internacionalização.

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Figura 2. Exemplo de momento de cocriação

Portanto, deixamos aqui o convite para que as empresas do setor, independente de seu porte, passem a pensar o processo de internacionalização sob um mindset ágil & lean. E para começar, sugerimos que a estratégia de expansão internacional seja (re)desenhada em equipe no próprio Canvas. Tal brainstorming já pode trazer à tona um time auto-organizado, com talentos para assumir os papeis de scrum master, product owner e desenvolvedores da internacionalização. Num segundo momento, questões e hipóteses inerentes ao mercado externo poderiam ser levantadas pelo time e testadas em plataformas online como o Connect Americas, em eventos internacionais ou por meio de serviços terceirizados de prospecção, como os oferecidos pela Katapult. Finalmente, o acesso ao mercado seria feito sob um olhar de Fail fast, learn fast, fix fast, ou seja, a descoberta se um mercado é ou não aderente à solução da empresa seria feita o mais rápido possível e a baixos custos.

Sabrina Mendes, mestre em Estudos Internacionais pela Sorbonne Paris III e especialista em inteligência de mercado internacional do Projeto Setorial Softex/Apex-Brasil.

Armand Agiman, engenheiro pós-graduado em Gestão de Marketing no Insper e gerente de BI na PepsiCo Brasil.

Para saber mais sobre Internacionalização Agile Trends 2015 Lean & Agile, não perca a próxima edição do Pocket Guide TI, ebook dedicado ao tema que em breve estará disponível em nosso site.

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