RAN 2.0 utilizando SON – Self Organizing Networks

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O tráfego das operadoras vem crescendo dia após dia com o surgimento de novos dispositivos (smartphones e tablets) e serviços (BYOD, Internet das Coisas, Redes Sociais etc.). Paralelamente, o comportamento dos usuários vem mudando e aumentando cada vez mais o tráfego indoor. Diante desse cenário, as operadoras procuram formas de oferecer a maior cobertura com a melhor qualidade e o menor custo possível. Para suprir esse novo cenário, muitas tecnologias estão surgindo: small cells 3G, Wi-Fi offloading e SON (Self Organizing Networks) são alguns exemplos.

O SON surge como uma evolução das redes de rádio atuais (RAN – Radio Access Networks) para uma arquitetura em que a otimização de rede seja realizada de forma automatizada para extrair todo seu potencial, reduzindo a necessidade de aquisição de novos sites ou equipamentos. Essa nova arquitetura é chamada RAN 2.0.

O SON permite a transição entre a arquitetura atual de RAN para RAN 2.0 da seguinte forma:

• Facilitando um rápido adensamento da rede por meio de funcionalidades plug & play;

• Gerindo e harmonizando diferentes tecnologias RAN;

• Fornecendo uma resposta quase em tempo real que leva em conta as rápidas mudanças e imprevisíveis demandas de carga na rede, e permitindo, assim, uma melhor utilização de recursos e distribuição de tráfego entre as células.

As áreas de atuação do SON são:

a. Self Organization: permite que as ativações de novas células possam ser feitas de forma plug & play;

b. Self Optimization: permite que parâmetros como lista de vizinhos e o balanceamento de tráfego entre as células possa ser feita de forma dinâmica;

c. Self Healing: permite que a rede possa ajustar a cobertura de células adjacentes a uma com problemas, de forma não interromper o serviço na região afetada.

Tradicionalmente, a otimização de redes está baseada na análise da rede por meio de drive tests e KPIs coletados pelos sistemas de gerência. A partir dessa massa de informação, os engenheiros realizam a análise, planejamento e execução de alterações de parâmetros visando a melhorar a experiência do usuário, ou seja, oferecendo melhor acessibilidade, menos quedas de chamadas e melhor throughput médio em dados.

Essa é uma atividade demorada e muitas vezes realizada de forma pontual, já que uma análise mais abrangente exigiria cada vez mais recursos humanos, tornando-se inviável. Além disso, a análise é realizada a partir de uma massa da dados estática, fazendo com que a otimização realizada seja eficaz somente no cenário coletado.

O SON trabalha de forma automatizada e contínua, não necessitando de intervenção humana, agilizando as análises e realizando alterações de acordo com o comportamento da rede ao longo do dia. O SON basicamente detecta que muitos usuários estão utilizando uma determinada célula da rede e, com base nas informações das células adjacentes, realiza procedimentos para distribuir os usuários entre as antenas, permitindo um melhor escoamento de tráfego e acessibilidade do sistema.

Assim, o SON aparece como uma alternativa viável para melhorar a qualidade das redes existentes das operadoras, complementando o trabalho realizado via drive test e principalmente do engenheiro de RF, pois permitirá realizar uma análise mais ágil, abrangente e refinada dos problemas de otimização na rede.

No caso das operadoras que optarem pela adoção de small cells 3G, o uso do SON torna-se obrigatório, principalmente na gestão de interferência entre as macro cells e small cells, relação de vizinhos e handover entre as células.

Christian Maki, especialista em tecnologias de acesso na PromonLogicalis

 

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