O Design Empático e seu impacto no sucesso das implantações de ERP

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Um sistema de gestão empresarial (ERP) extremamente robusto, com tecnologias avançadas para atender às necessidades de negócios das empresas oferecendo recursos que contemplam desde o Planejamento Estratégico, o acompanhamento de seus indicadores, metas, planos de ações, envolvendo conceitos simples aos mais avançados da administração, todos os processos internos do dia a dia empresarial, configurações complexas para atender as exigências fiscais e contábeis, integrando informações de diferentes áreas e transformando dados em inteligência que serão fundamentais para a tomada de decisão do gestor, tudo isso com acesso no seu celular ou tablet, nas nuvens.

Um carro de luxo, último lançamento do mercado automobilístico, motor híbrido diferenciado, piloto automático adaptativo que reduz a velocidade quando surge um carro à sua frente, alerta de piloto fatigado, controle de faixa que não deixa o carro sair da pista, assistente de estacionamento que estaciona sozinho, bancos e retrovisores programáveis para vários pilotos, alerta de veículo no ponto cego, acionamento de farol alto automaticamente na rodovia, sensores anti impacto, GPS, comandos de voz, sensor de presença, e com um painel repleto de botões com diversas funcionalidades inovadoras, que muitas vezes nem imaginamos existirem, e, muito menos como usá-las.

O que essas duas situações têm em comum? Tudo. Para uma implantação de ERP ser bem sucedida e para um motorista ficar plenamente satisfeito com a aquisição de um novo veículo é necessário ir muito além, pois mesmo com todos esses atrativos, se o usuário não estiver motivado a explorar essas opções e saber utilizá-las, o investimento poderá ser em vão.

É aí que entra o Design Empático, uma abordagem de design centrada no usuário, que prioriza seus sentimentos em relação ao produto. Esse paralelo com a indústria automobilística serve para mostrar o impacto dessa nova visão no mercado de software. A partir dela, os desenvolvedores devem se colocar no lugar do usuário e imaginar o jeito mais fácil, confortável e rápido de utilizar o produto e, que principalmente, priorize a harmonia, a simplicidade e a intuição.

A simplicidade embutida no conceito, torna a ferramenta mais útil e aplicável no dia a dia. Além disso, o usuário passa a aplicar conhecimentos mais avançados em situações em que eles não seriam utilizados, gerando processos de gestão mais estruturados e baseados nos fundamentos da administração. Os clientes também conseguem reduzir investimentos, tanto em treinamentos de equipe, como em consultoria, tendo como consequência uma maior autonomia e independência do fornecedor do ERP.

Processos internos que, por natureza, já têm seu grau de complexidade como o mapeamento de estocagem em um armazém, a configuração dos impostos dos produtos, ou a visualização de um gráfico de Margem de Contribuição, que trazem consigo conceitos, podem se tornar mais "amigáveis" para os usuários por meio do Design Empático. Ele permite aos clientes visualizarem a informação de maneira mais didática, com um visual mais simples e intuitivo, que não requer um amplo conhecimento de quem está utilizando, ou melhor, que transfira esse conhecimento necessário através do design.

O fato é que, no mercado de sistemas de gestão, este princípio ainda tem sido pouco explorado. De certa forma, todos se preocupam com a usabilidade, mas não tão profundamente. A maior preocupação dos desenvolvedores, até aqui, tem sido garantir sua funcionalidade. Mas isso está mudando: funcionar bem está se tornando commoditie e o foco está migrando para o usuário, para que a interface seja mais amigável.

Por isso o que vemos hoje são telas e telas de sistemas que ainda têm muito a evoluir. Por exemplo, um gráfico de Ciclo Financeiro desenvolvido a partir do Design Empático evita que o usuário tenha que fazer uma faculdade de administração para entender o que é prazo médio de estocagem, de recebimento ou de pagamento, ao mesmo tempo que traz informações importantes para a sua tomada de decisão como a Necessidade de Capital de Giro.

Muita gente não percebe, mas o Design Empático é primordial para ampliar a utilização do seu produto, seja ele qual for, pois muitas vezes ele representa a diferença entre seu cliente usar ou não usar certas funcionalidades. Quantas vezes as pessoas deixam de usar recursos tecnológicos de aparelhos eletrônicos e carros por não saberem como usar ou por nem sequer saberem que existem? É interessante poder contar com um sistema que atenda as necessidades de gestão, mas, tão importante quanto, é facilitar sua leitura e permitir que seu cliente entenda facilmente os conceitos que ele precisa usar e que seu produto pode oferecer, e claro, seus benefícios.

Como diz a frase de Charles Mingus que ficou conhecido pelo seu ativismo contra a injustiça racial: "Tornar o simples complicado é fácil. Tornar o complicado simples, isso é criatividade". Então vamos ser mais criativos para garantir o sucesso nas implementações de ERP!

Felipe Calixto, diretor presidente da Sankhya Gestão de Negócios.

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