Boleto registrado abre oportunidades para outras formas de recebimento no comércio eletrônico

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Muitos empresários estão apreensivos quanto às mudanças propostas pela Febraban – Federação Brasileira de Bancos – para a emissão de boletos no país. Entre as medidas que serão implantadas, sabe-se que todos os boletos passarão a ser registrados nos bancos, a partir de uma plataforma desenvolvida pela entidade, podendo gerar custos de emissão independente de seu pagamento. Em 2014, o comércio eletrônico no Brasil contou com 57 milhões de consumidores e movimentou R$ 39,5 bilhões**, onde cerca de 20% do total transacionado foi convertido a partir dos boletos. Fala-se que os custos de emissão podem chegar a R$ 5 por boleto, portanto, não se tratam de gastos desprezíveis.

O boleto é um dos meios de pagamento mais tradicionais no Brasil, desenvolvido há décadas atrás e que se mostrou muito eficiente, principalmente nos tempos de alta inflação no final dos anos 80. Além disso, possibilita que os 40% da população***de não-bancarizados – cerca de 55 milhões de pessoas – possam realizar suas compras online.

Claro que as mudanças trarão mais segurança ao sistema, o que é sempre positivo. Mas a preocupação de quem pagará essa conta existe. Por tradição, os grandes varejistas pelo seu volume possuem melhores condições de negociar esses custos a partir de bom relacionamento com seus bancos. Já os novos empreendedores poderão ter mais dificuldades, possivelmente, levando-os a repassar esses custos aos preços de seus produtos.

As mudanças devem entrar em curso no final de 2015, avançando até 2017 quando todos os boletos emitidos deverão seguir as novas regras.

Vale lembrar que a tecnologia bancária brasileira – uma das mais modernas do mundo – evoluiu muito desde a introdução do boleto. Já existem alternativas de pagamento ao boleto muito mais modernas e eficientes e que em um momento de mudanças podem ser melhor exploradas pelos comerciantes, trazendo mais comodidade e segurança aos clientes – diferenciais importantes na busca da maior fidelização, sem necessariamente gerar custos extras. Entre as alternativas está o débito eletrônico, onde os pagamentos são realizados no ambiente de internet banking, com toda a segurança necessária. Para os não-bancarizados, existem ainda soluções alternativas ao boleto e que permitem que sejam realizadas transações em correspondentes bancários como lotéricas, por exemplo (cerca de 13.500 pontos de atendimento no Brasil) em que no ato do pagamento do consumidor o comerciante já recebe a confirmação, sem a necessidade de realizar trabalhos de conciliação ou aguardar alguns dias para a compensação bancária tão comuns nos boletos.

Na "ponta do lápis", esses meios alternativos podem ainda representar vantagens muito mais relevantes que o próprio custo do boleto em si, já que ao permitirem confirmação de pagamentos em tempo real, os comércios deixam de alocar estoques desnecessariamente especialmente nos casos de boletos não pagos. Tudo isso irá contribuir diretamente na melhoria de desempenho da empresa, em especial no seu lucro operacional.

 

Luiz Antonio Sacco,  diretor Presidente da SafetyPay Brasil.

**Dados divulgados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm)

***Dados divulgados pela Febraban

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