LGPD: encontre as respostas para as perguntas certas

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Falta pouco mais de quinhentos dias para que a Lei Geral de Proteção de Dados entre em vigor. Aprovada no ano passado, a lei, conhecida com LGPD, vem com a promessa de alinhar o país a tendência mundial de colocar foco em diretrizes claras rumo à privacidade e segurança das informações. Seja de seus clientes, consumidores, colaboradores ou qualquer pessoa física com a qual tenha relacionamento.  Com a LGPD, o Brasil entre no rol dos 120 países que possuem lei específica para a proteção de dados pessoais. Seja no mundo digital, seja no velho e bom papel, você passa a ser responsável pela guarda e segurança destas informações.

Em um mundo digital, informações e relações pessoais e de negócio se misturam em redes sociais, blogs e sites e transformam-se em informações armazenadas (big data). Com a inteligência artificial, utilizada de diversas formas e com distintos objetivos por empresas, entendo este movimento como necessário e obrigatório para os negócios e relações de consumo daqui para a frente. Em um futuro muito próximo, governos, empresas ou mesmo prestadores de serviços individuais que não estiverem alinhados às regulamentações que protejam os dados dos cidadãos, clientes ou consumidores, serão considerados como membros de segunda classe na comunidade nacional e internacional. E ninguém vai querer fazer negócios com eles.

Pesquisas que vêm sendo realizadas por institutos e empresas de consultoria nos últimos anos demonstram que privacidade e segurança se transformaram nos principais anseios de clientes e consumidores, quando questionados sobre o que consideram importante na experiência e satisfação com seus fornecedores. Hoje, superam a conveniência e que, até então, era a palavra-chave mais importante no dicionário dos profissionais de marketing.

Desde que foi sancionada, em agosto do ano passado, a nova lei é tratada mais como uma ameaça do que como aliada nos negócios. Na mesma linha da GDPR, o regulamento em vigor na Europa, desde maio do ano passado, a LGPD irá mudar a forma de funcionamento e operação das organizações ao estabelecer regras claras sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais.  Contudo, ao invés de valorizar a necessidade do estabelecimento de um padrão mais elevado de proteção para as informações dos seus cidadãos, clientes ou consumidores, o que mais tem sido apontado são as possíveis penalidades impostas ou como negócios serão afetados, mas sempre de uma forma assustadora e não construtiva.  Você, empresário ou executivo, seja do setor público ou privado deve evitar esta armadilha.

A pergunta certa a ser respondida é como transformar sua organização para tirar proveito da correta governança e aderência às práticas internacionais de proteção e segurança de dado, e não apenas como se defender dos riscos da falta de conformidade. Estar dentro das normas é uma oportunidade para as organizações saírem na frente e serem mais competitivas na busca pela preferência de seus clientes ou consumidores ou ainda prestar um serviço de qualidade ao cidadão. Privacidade é poder. As empresas líderes de mercado ou mesmo governos, nos próximos anos, serão digitais e terão como padrão preservar a privacidade e a segurança das informações de seus clientes, consumidores ou cidadãos. Isto será poder competitivo e de confiança para as organizações. Seja ela qual for pública ou privada.

Assim, quando pensar em governança e conformidade no tratamento das informações de cidadãos, clientes, consumidores ou até colaboradores, acreditem que estarão investindo na qualidade de seus serviços e na experiência das pessoas e ecossistemas com os quais se relaciona. É por isto que você precisa se engajar em projetos desta natureza.

A LGPD não é uma guilhotina. É uma alavanca que irá ajuda-lo a desenvolver o seu negócio ou criar novas oportunidades para sua organização. Promover um projeto de governança na área de privacidade e segurança das informações pessoais, trata de adequar-se, mitigar riscos, melhorando a qualidade do tratamento dos dados de cidadãos, clientes, consumidores e colaboradores. Mais do que atender a uma lei, significa investir em processos e tecnologias para melhorar sua operação tornando-a mais segura e confiável a luz de quem mais interessa. Seu público alvo. Esteja você no setor púbico ou privado.

São investimentos necessários nesses novos tempos onde um novo marco regulatório (e ético) no tratamento, segurança e privacidade das informações é um clamor do mercado que foi transformado em lei. Não o contrário. Com isso em mente, use os próximos quinhentos dias com sabedoria quando for buscar respostas para as perguntas que certamente tem ou terá sobre como deverá lidar com o assunto. Você não tem muito tempo. Comece agora fazendo as perguntas certas.

Enio Klein, CEO da Doxa Advisers, Gerente Geral nas operações de vendas da SalesWays no Brasil e professor nas disciplinas de Vendas e Marketing da Business School São Paulo,

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