Professor: aprendendo a ensinar com a tecnologia

0

A missão de ensinar é muito anterior à criação das primeiras instituições educadoras da história. Antes mesmo do desenvolvimento da escrita, processos comunicacionais de fala e gestos tiveram importante função de repassar aquilo que era considerado importante e, a necessidade de nomear pessoas específicas para ensinar, já aconteceu no Antigo Egito.

O papel e a atuação do professor já não é há muito tempo a mesma do passado. Especialistas em comunicação já consideram o uso das tecnologias nas salas de aula um caminho sem volta. Porém, ela depende essencialmente dos professores para dar certo. Isso porque eles precisam dominar os aplicativos para obter ganhos reais para a prática pedagógica e conseguir realmente impactar os alunos de forma benéfica.

O professor deve saber aliar seus conhecimentos acadêmicos com as novas plataformas digitais. A tecnologia pode e deve facilitar o seu trabalho, instigando a troca de informações e conhecimentos, além de fornecer uma análise mais completa e precisa de cada estudante.

Pesquisa divulgada pelo Comitê Gestor da Internet mostra que a falta de conhecimento do professor ainda é o maior argumento para explicar o pouco uso de tecnologias na sala de aula. Muitas vezes, eles evitam usá-las por medo de não as dominar. Os educadores não foram preparados para usar tecnologias digitais em sala e os que ainda estão em graduação também não estão sendo preparados.

É uma deficiência na formação inicial, pois as faculdades de educação das universidades não ensinam sobre inovação pedagógica. Além da falta do incentivo correto, essa falta de conhecimento é também uma questão de quebra de paradigmas e de mentalidade. Os professores estão acostumados com um método de ensino e não se preocupam em atualizá-lo e aperfeiçoa-lo de acordo com o atual contexto que vivemos. Quem sai perdendo são os próprios alunos e a educação como um todo.

Acredito que todos os mestres em educação deveriam trazer para dentro das salas de aulas, sistemas de ensino que se baseiam no uso de dispositivos móveis, como smartphones, tablets, além do uso de redes sociais e jogos digitais. Assim, o professor consegue direcionar o conteúdo pedagógico de forma mais personalizada e acompanhar cada aluno individualmente.

Esse conceito já é aplicado em diversas instituições pelo mundo, principalmente, nos Estados Unidos. Um número cada vez maior de professores norte-americanos investe, cada vez mais, em ferramentas e dispositivos para educar os alunos, usando recursos tecnológicos. Resultados expressivos são alcançados e o rendimento do aluno aumenta de forma expressiva, de acordo com pesquisas norte-americanas sobre o assunto, desenvolvidas pela Pew Research Center e o Hole in the Wall.

Outro conceito educacional que vem ganhando muitos adeptos é a "Aula invertida" (Flipped Classroom) que consiste em fazer os alunos aprenderem por si próprios, o conteúdo fora da sala de aula (em casa) através de textos, vídeos e qualquer material tecnológico disponível, deixando a sala de aula para discussão, atividades em grupo, resolução de dúvidas e tarefas mais criativas que requerem realmente a presença e conhecimento do professor e fomentam a criatividade e pensamento crítico dos alunos.

A aprendizagem com auxílio da tecnologia pode, de fato, fazer uma diferença positiva na forma como os alunos instruem-se. Quando usada da maneira correta pelo professor, o aluno pode aprender e se engajar mais. Precisamos entender que a educação é o maior agente de transformação da sociedade e, por isso, os educadores também precisam estar em constante aprendizado.

Marcos Abellón, diretor geral da W5 Solutions.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.