O estudo Trabalhador Digital, realizado pela Citrix, identificou que os brasileiros estão buscando novas formas de trabalhar, o que leva as empresas a reavaliar suas estruturas, prioridades e investimentos para continuarem sendo atrativas. No Brasil, o salário deixou de ser o fator mais importante na busca por um novo emprego. Para 34% dos entrevistados, a flexibilidade de horário e o fato de trabalhar próximo de casa são fatores que pesam mais para essa decisão. A remuneração é apontada por 14% dos participantes como a motivação principal.
O estudo buscou entender os aspectos valorizados em um emprego e saber a opinião das pessoas sobre a mobilidade como parte de uma nova dinâmica de trabalho. Um total de 77% dos entrevistados trabalha com pessoas que se encontram em outros escritórios ou cidades. Nesse contexto, colaborar de forma remota com colegas de empresa torna desnecessário o deslocamento físico para a execução das atividades. O aumento da produtividade é apontado por quase metade dos participantes: 45% acreditam que sua produtividade aumentaria se pudessem realizar seu trabalho em casa.
Mobilidade corporativa com segurança
Trabalhar de casa ou de qualquer lugar é uma possibilidade cada dia mais real para muitos e o receio de empregadores quanto à segurança das informações trafegando fora do escritório. Este estudo buscou compreender também qual o entendimento dos colaboradores de uma empresa quanto às políticas de segurança. No Brasil, 56% acham essas políticas restritivas, mas, mesmo assim, 88% acessam os dados corporativos por meio de dispositivos permitidos.
Os brasileiros mostram-se favoráveis à mobilidade, com 69% indicando que não veem problema em usar seu celular, tablet ou notebook pessoal para trabalhar. Porém, embora concordem em usar seus equipamentos pessoais para propósitos corporativos, o que lhes permite trabalhar de qualquer lugar, 52% não têm conhecimento das políticas da empresa para isso, o chamado BYOD (Bring Your Own Device). O estudo da Citrix apontou, no entanto, que no Brasil 49% dos participantes nunca receberam uma capacitação sobre condutas apropriadas para resguardo e segurança de dados corporativos.
O estudo também considerou quesitos de segurança das informações corporativas e identificou que no Brasil, 80% dos respondentes discutem assuntos da empresa em aplicativos de conversa como WhatsApp, o que abre brechas para o vazamento de informações sigilosas que podem impactar no desempenho da companhia.
Sobre o armazenamento dos dados, 40% afirmam usar serviços como Google Drive e Dropbox para editar ou salvar arquivos do trabalho. O principal motivo para usar esses aplicativos e não os oferecidos pela empresa é porque as consideram mais fáceis de usar (38%) e mais cômodas (37%)
As entrevistas foram realizadas com funcionários da indústria, comércio e serviços da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Ao todo, foram 900 participantes (150 de cada país), que não estão em cargo de liderança, são maiores de 21 anos e em sua maioria (58%) com Ensino Superior Completo.