Estudo mostra que empresas mudaram foco da análise de dados para operações de backoffice

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Um novo relatório conduzido pelo Instituto de Transformação Digital da Capgemini revela como a busca por vantagem competitiva fez com que as empresas transferissem o foco de suas atividades de análise de dados dos processos voltados aos clientes para as operações de back office nos últimos três anos.  Mais de 2/3 (70%) delas agora colocam mais ênfase na análise dos seus dados operacionais do que na do consumidor. No entanto, implantações mais amplas permanecem limitadas, e o sucesso, mais ainda: apenas 18% conseguiram implementar a análise de dados em todas as suas operações e conquistar os objetivos desejados.

"As empresas estão se voltando à análise de dados operacionais, pois ela pode aumentar a eficiência e o desempenho do back office e melhorar a experiência dos clientes na linha de frente (front office)",  comenta a diretora de Big Data da divisão global de Insights & Data da Capgemini na Europa, Anne-Laure Thieullent. "Mas apesar do foco, existem fatores que limitam o sucesso desses projetos, mais especificamente conjuntos de dados isolados, modelos de governança frágeis, incapacidade de controlar as fontes de dados de terceiros e ausência de um comando sólido das equipes de liderança".

A pesquisa "Going Big: Why Organizations Need to Focus on Operations Analytics" ("Pensando grande: Por que as empresas precisam priorizar a análise de dados operacionais", em tradução livre), do Instituto de Transformação Digital da Capgemini, mapeou as empresas com base no quanto suas atividades de análise de dados estão integradas aos seus principais processos operacionais e no índice de sucesso dessas iniciativas, identificando quatro estágios de maturidade:

Game changers (Empresas revolucionárias) – 18% –  Essas empresas já integraram a maior parte de suas atividades de análise de dados em seus processos de negócio e conquistaram os benefícios almejados.

Optimizers (Otimizadoras) – 21% – Empresas que conquistaram benefícios iniciais com suas atividades análise de dados em algumas áreas dentro das suas operações, mas ainda não conseguiram implantar iniciativas mais complexas.

Strugglers (Esforçadas) – 20% – Essas empresas integraram a análise de dados à maioria de seus processos de negócio, mas ainda não obtiveram benefícios.

Laggards (Retardatárias) – 41% – Empresas que estão introduzindo iniciativas de análise de dados em suas operações. A maioria delas já implementou provas de conceito, mas ainda não colheu benefícios.

O Instituto de Transformação Digital da Capgemini aplicou os quatro estágios de maturidade da análise de dados operacionais para calcular a abrangência geográfica da adoção e o índice de sucesso no mundo inteiro.

As empresas dos Estados Unidos não são somente as mais avançadas; elas também são as mais bem sucedidas: 50% já conquistaram os benefícios da análise de dados operacionais, se compradas a apenas 23% das empresas chinesas, apesar de a China demonstrar um alto nível de implementação. Um fator que contribuiu muito para o sucesso das empresas americanas foi o seu foco no estabelecimento de processos eficientes voltados aos dados e à governança. Entre essas empresas, 47% tornaram a análise de dados uma parte integrante do seu processo de tomada de decisão, contra apenas 28% das empresas europeias. A prevalência das empresas americanas coincide com o recente renascimento da manufatura nos Estados Unidos e deve aumentar a competitividade dos fabricantes americanos nos próximos anos.

As empresas europeias estão ficando para trás em relação às suas colegas norte-americanas. As empresas alemãs, por exemplo, deixam a desejar não somente em relação ao Estados Unidos, mas também ao Reino Unido e aos países nórdicos. Isso é surpreendente, considerando-se a iniciativa Industry 4.0 da Alemanha. A pesquisa indica que não se trata apenas de uma questão operacional – as empresas alemãs apresentam menor tendência a manter conjuntos de dados integrados e o uso de fontes de dados externas  – mas é também uma questão de liderança. No Reino Unido, as iniciativas voltadas à análise de dados operacionais têm sido lideradas pelos executivos do alto escalão em aproximadamente 41% das empresas. Nos Estados Unidos, o percentual é de 33%. Em comparação, na Alemanha, apenas 14% das iniciativas foram encabeçadas pelos principais executivos.

Com uma análise mais detalhada dos quatro estágios da análise de dados operacionais, o Instituto de Transformação Digital da Capgemini identificou os quatro principais atributos organizacionais que mantêm o grupo de 'Empresas Revolucionárias' à frente das demais:

Abordagem integrada para lidar com os dados: As líderes na análise de dados operacionais estão integrando os conjuntos de dados de toda a empresa para obter uma visão integrada de suas operações. 43% das Empresas Revolucionárias já integraram totalmente seus conjuntos de dados contra  apenas 11% das Retardatárias.

Uso de uma grande variedade de dados: As empresas bem sucedidas melhoram a qualidade e o escopo de seus dados operacionais com o uso de dados externos e não estruturados – 59% das Empresas Revolucionárias o fazem e 27% das Retardatárias. Da mesma maneira, 48% das Empresas Revolucionárias usam dados externos para melhorar a qualidade das informações e 23% das Retardatárias.

Análise de dados como um componente essencial do processo de tomada de decisão: Em relação às operações, isso foi mencionado por 58% das Empresas Revolucionárias e 28% das Retardatárias.

"Um número maior de elementos da cadeia de demanda, do chão de fábrica aos produtos vendidos aos clientes, estão se tornando conectados e produzindo dados. A computação cognitiva está ajudando as empresas a entenderem todos esses dados, enquanto o aprendizado de máquina e a inteligência artificial estão possibilitando cada vez mais a tomada de decisões complexas e a otimização operacional. Poucas empresas estão preparadas para tirar proveito desses avanços tecnológicos; as que não estão, precisam descobrir como alcançar as outras ou terão sua competitividade reduzida", diz o diretor do Instituto de Transformação Digital da Capgemini, Jerome Buvat.

Os resultados do estudo "Going Big: Why Organizations Need to Focus on Operations Analytics" foram obtidos a partir de uma pesquisa com 600 executivos da área de operações, todos eles envolvidos na execução ou gestão de iniciativas voltadas à análise de dados operacionais em suas empresas. Uma segunda fase envolveu entrevistas qualitativas com executivos à frente das operações ou da implementação da análise de dados operacionais em suas organizações.

A amostra foi dividida igualmente entre cinco setores – bens de consumo, automotivo, ciências da vida e farmacêutico, manufatura e produção de energia elétrica. Participaram do estudo empresas com sede na Alemanha, China, Estados Unidos, França, Países Baixos, Países Nórdicos e Reino Unido.  Os executivos entrevistados pelo Instituto de Transformação Digital da Capgemini representam organizações com faturamento acima de US$ 1 bilhão.

O Instituto de Transformação Digital é o órgão interno da Capgemini Consulting especializado em tudo que é digital. O Instituto publica pesquisas acerca do impacto das tecnologias digitais em empresas tradicionais de grande porte. A equipe abrange a rede mundial de especialistas da Capgemini e trabalha com parceiros do mundo acadêmico e tecnológico. O Instituto possui centros de pesquisa dedicados na Índia e no Reino Unido.

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