Três tendências da CES 2014 que irão moldar o varejo

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Todo mês de janeiro, em Las Vegas, as marcas líderes e inovadoras do mercado de tecnologia de consumo se reúnem para a CES  – Consumer Electronics Show -, o maior evento de tecnologia do mundo. A CES oferece aos consumidores e às empresas um primeiro vislumbre da tecnologia que irá moldar nossas vidas, lares e até mesmo nossas ruas em 2014. Ao longo da última década a tecnologia tem invadido cada vez mais nossa jornada tradicional de varejo; desde a adição de canais de compras através de dispositivos móveis e social shopping, até o serviço de atendimento multicanal ao cliente e produtos lançados por financiamento coletivo.

O setor varejista está em uma maré de mudanças tecnológicas e, ao mesmo tempo em que vemos empresas como a BlockBuster falirem, vemos também pesos pesados ??do varejo adotarem novas tecnologias rapidamente. Certamente, é impossível investir em cada nova plataforma que aparece no mercado, no entanto, é essencial que os varejistas tenham grande interesse pelo setor de tecnologia, de modo que quando uma potencial mudança tecnológica de negócios começar a ganhar popularidade, ela já esteja no radar deles. Com isso em mente, a seguir estão algumas das tendências tecnológicas de consumo que chamaram atenção durante o evento e como elas podem impactar o setor varejista neste ano:

Impressão 3D

Em 2014 a patente de impressões 3D irá expirar, abrindo as portas para a fabricação de produtos impressos em 3D. Mas não são apenas os fabricantes que precisam ter conhecimento. A impressão 3D tem potencial para virar o mundo do varejo de cabeça para baixo. As impressoras 3D voltadas para o consumidor atualmente são compatíveis com desktop e estão à venda por cerca de R$ 4000. Consumidores com um pouco de conhecimento logo serão capazes de imprimir quase tudo sozinhos. O desafio para os varejistas é entender o impacto que isso poderia ter nos negócios e encontrar maneiras de capitalizar essa tecnologia revolucionária antes que seja tarde demais. Para um chocolatier ou um joalheiro, isso pode significar a impressão de pedidos customizados na própria loja. Os dias de simples gravuras estão contados e logo ficarão no passado.

A Internet das Coisas

A Internet das Coisas refere-se à crescente interconectividade entre utensílios domésticos, o perfil digital do consumidor e a internet. Enquanto um par de meias inteligentes ou uma escova de dentes conectada à internet podem não estar na lista de desejos de muita gente, a tendência mais ampla em relação a Internet das Coisas claramente têm benefícios para os varejistas. Principalmente os consumidores engajados com a Internet das Coisas, proporcionarão aos varejistas um acesso incomparável aos seus hábitos de compras e estilo de vida, assim como seu deslocamento a lojas físicas.

O sistema de posicionamento interno da Apple, o iBeacon, é um exemplo dessas tecnologias. A interpretação desse dado permitirá que os varejistas façam ofertas instintivas ao indivíduo e melhorem os layouts da loja baseados em padrões comerciais emergentes. Isso também funcionaria para decisões inteligentes de estoque, onde dispositivos de rastreamento de roupas da loja podem revelar os itens através de uma rede de lojas que estão atraindo mais interesse ou quando se demanda determinados tamanhos, mas que estão fora do estoque. Na mesma linha, o rastreamento de itens permitirá que os varejistas forneçam informações muito mais claras para os clientes sobre a entrega de suas compras, desde informações sobre quando o item saiu do depósito até o rastreamento de entrega em tempo real. Se você precisa de provas de que a Internet das Coisas está prestes a explodir, procure no Google a aquisição de $3 milhões de dólares da Nest, fabricante de eletrodomésticos inteligentes e uma das empresas pioneiras dos produtos da Internet das Coisas.

Vestindo tecnologia

Tomando o centro do palco na CES e influenciando diretamente na Internet das Coisas está o surgimento da tecnologia wearable, ou seja, tecnologia vestível. Desde relógios inteligentes até pulseiras que medem atividades físicas, essa tecnologia está deixando de ser apenas um dispositivo geek para se tornar algo indispensável para o consumidor. Inovações no campo de óculos inteligentes como Google Glass e lentes de contato inteligentes da Innovega lançados na CES, oferecem novas formas interessantes para os varejistas fornecerem informações relevantes aos consumidores. Imagine, por exemplo, entrar em uma loja de móveis e ser capaz de usar óculos inteligentes para ver, virtualmente, como um sofá ficaria em sua sala de estar, ou olhar uma peça de roupa e receber opções de outras peças da loja que poderiam compor o look. A tecnologia vestível também é uma mina de ouro virtual para  comerciantes locais, oferecendo aos varejistas oportunidades de impactar o cliente que está de passagem por perto ou visitando a loja em tempo real, seja com a oferta de um café como cortesia ou 10% de desconto em sua próxima compra, por exemplo.

As inovações e tendências destacadas acima não vão transformar o varejo da noite para o dia, mas como a tecnologia por si mesma já chegou até o mercado, não há dúvidas que mais mudanças estão por vir no setor. Reagir imediatamente a essa tecnologia não é essencial ou até mesmo prudente, mas é necessário que os varejistas acompanhem cuidadosamente esses avanços e considerem como podem moldar seu próprio negócio nos próximos anos.

Ricardo Jordão, CMO da Rakuten Brasil

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