A comissária européia para a Sociedade da Informação e Comunicação, Viviane Reding, disse que abrirá a possibilidade de participação de pesquisadores brasileiros no comitê diretor europeu, que discute e moderniza o sistema digital. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1/2) em visita aos integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados para detalhar a proposta européia de TV Digital.
Na avaliação do deputado Julio Semeghini (PSDB-SP), integrante da comissão, garantir que o Brasil tenha assento nesse comitê é de fundamental importância para que o país participe como protagonista na discussão e implementação de novos aplicativos do sistema.
A comissária da Europa também disse que o Banco Europeu de Investimento pode disponibilizar entre ? 300 e ? 400 milhões (equivalente a R$ 800 milhões e 1,07 milhão) para financiar a montagem da infra-estrutura do padrão. Ela explicou que esse dinheiro será destinado especificamente para empresas brasileiras que fabricarão os equipamentos da nova tecnologia. Outra proposta apresentada pelo grupo europeu é a de reinvestir 100% dos royalties recebidos com a venda do sistema digital no desenvolvimento de tecnologia no Brasil.
Reding enfatizou no encontro com os parlamentares que a Europa propõe uma parceria com o Brasil. "Venho aqui para colocar na mesa um modelo de parceria, não um modelo de cima para baixo", disse. Ela também defendeu o viés econômico do sistema europeu (conhecido como DVB-H). Segundo a comissária, a tecnologia européia já é utilizada em vários países do mundo e isso potencializa a capacidade de o Brasil exportar seus produtos para mais mercados.
O presidente-executivo da Philips Consumer Electronics, Cezar Vohringer, presente também no encontro, disse que grande parte dos industriais que atuam no Brasil defende o sistema europeu. Ele representa uma coalisão de indústrias, entre as quais a Philips, a Siemens e a Nokia. O executivo ressaltou que o DVB-H não é restritivo, pois dá ao país que adotar esse padrão a opção de escolher quantos canais vai transmitir e como vai usar aquela freqüência da forma que beneficie mais a população. "É melhor definir agora um padrão que não seja restritivo para que o Brasil não se arrependa ao tentar usar outro modelo de negócio e descobrir que a infra-estrutura não foi montada para isso", argumentou.