Automação e expansão das 'fintechs' devem levar à substituição de 1 em cada 3 bancários

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Quase um terço dos empregos nos bancos estão em risco. A indústria global de serviços financeiros deve registrar uma redução de 30% no número de empregados em 2025, de acordo com um novo relatório do Citi. Se a projeção se confirmar, isso representará um declínio de cerca de 45% em relação ao nível de emprego pouco antes da crise financeira de 2008.

Grande parte das demissões vem sendo impulsionada pela necessidade de corte de custos. Desde a crise financeira, os bancos vêm procurando cada vez mais de reduzir despesas, em razão principalmente do aumento dos encargos regulamentares e das despesas com TI. Mais de 70% dos gastos com TI dos bancos se destinam a suportar sistemas legados, de acordo com o relatório.

A tendência é que os funcionários sejam cada vez mais substituídos por processos automatizados. Hoje, de 60% a 70% de todos os empregados de bancos "desenvolvem trabalhos que envolvem processos manuais" que podem, teoricamente, ser substituídos ou parcialmente substituídos por processos automatizados.

Um banco constatou que 85% de suas operações, executadas por 80% dos funcionários, poderiam ser ao menos parcialmente automatizadas, de acordo com a McKinsey. Um "nível ideal de automação" resultaria em uma redução de 50% do pessoal de back-office, diz a consultoria.

Estudo da Ernst & Young mostra que substituição de funcionários por automação também reduz riscos. Ao lado de corte de custos, a gestão de risco é uma prioridade para os bancos, tanto que 71% das instituições financeiras ouvidas pela consultoria consideravam a gestão de risco o item mais importante das suas agendas em 2015, na comparação com 56% em 2014. E automação pode ajudar a mitigar riscos porque inibem as fraudes internas, bem como o erro humano.

Pagamentos móveis

Outro estudo, este da Finextra, mostra que os cinco maiores bancos da Suíça disseram que estão em conversações com fornecedoras de infraestrutura de telecomunicações para criar serviços de pagamentos móveis. Os bancos são o Credit Suisse, PostFinance, Raiffeisen, UBS e ZKB, que, em comunicado conjunto, disseram estar olhando para um "sistema integrado e padronizado que será aberto a todos os interessados".

Esse movimento dos bancos suíços nada mais é que uma reação às ameaças externas que as instituições financeiras locais — e de todo o mundo, diga-se — vêm enfrentando, tais como os novos sistemas de pagamento Apple Pay, Android Pay e Samsung Pay que, inclusive, têm crescido muito na Suíça e devem se tornar intermediários entre os bancos e seus clientes.

A ascensão de sistemas como esses fará com que seja mais difícil para os bancos para se diferenciarem e competir uns com os outros em preço. Há risco também de gigantes da tecnologia obtenham licença para operar como empresa bancária e deixarem de atuar como intermediários dos bancos tradicionais, conforme análise do relatório intitulado "Fintechs Briefing", produzido pela BI Intelligence, que traz dados e insights sobre a transformação disruptiva provocada pela entrada no mercado financeiro de startups e empresas de tecnologia, as chamadas fintechs.

Mercado de smartphones

Os serviços de pagamento móveis dos gigantes da tecnologia já têm uma grande base instalada de usuários. Por exemplo, a Apple detém 53% do mercado de smartphones na Suíça, o que equivale a 3 milhões de adultos com um iPhone, de uma população adulta total de 5,5 milhões (veja gráfico abaixo). Ao se unirem em uma solução de pagamentos móveis que pode ser usado por quase todos, os bancos aumentam as chances de conquistar novos clientes, antes que soluções concorrentes cheguem ao mercado.

Grafico_IOS Android

Mas diferentemente da Suíça, os bancos norte-americanos ainda não estão convencidos que os serviços oferecidos por celular terão rápida penetração no mercado. Eles tomam como base pesquisa do Federal Reserve Bank, o banco central americano, a qual indica que apenas 43% dos adultos do país, que usam smartphones e têm contas em bancos, disseram que usam seus aparelhos para operações bancárias. A razão mais comum apontada por eles para não usar o serviço bancário móvel é porque todas as suas necessidades bancárias são satisfeitas sem ele. Mas isso pode mudar à medida que os bancos vêm promovendo o fechamento de agências físicas, para reduzir custos.

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