Tenho pensado muito sobre os impactos da pandemia no modelo tradicional de trabalho. A crise, sem dúvida, acelerou o processo de transformação digital de muitas empresas que precisaram se adaptar às pressas para sobreviverem a este momento inesperado do mundo.
Mas quais serão os próximos passos quando tudo isso passar? Entendo que este é o momento para planejar a retomada de maneira eficiente. Muitas organizações, por exemplo, há anos vinham adiando as decisões e os projetos voltados para a questão do trabalho remoto, principalmente no que dizia respeito a infraestrutura de TI. Embora, de acordo com dados do Great Place to Work, 65% das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil já apostava na prática do trabalho distribuído, antes da pandemia se instalar, em março deste ano.
O cessar do novo coronavírus não deve refletir no retorno automático dos profissionais ao modelo tradicional de trabalho, como era antes. Nesse contexto, compartilho algumas reflexões para ajudar no processo de planejamento da operação pós-pandemia:
Profissionais elegíveis ao home office devem usufruir do benefício
Hoje, grande parte da força de trabalho elegível a teletrabalho está exercendo suas funções de maneira distribuída, o que prova que é possível adotar este modelo e manter a produtividade. Porém, para isso é importante estabelecer políticas e processos bem estruturados.
Talvez a sua empresa não precise de tanto espaço físico
Para incentivar a prática do home office, algumas organizações mais maduras ou inovadoras reduziram as estações de trabalho pela metade. Dessa forma, profissionais precisam se organizar com os gestores e os pares quanto aos dias e horários que trabalharão do escritório ou de outro espaço remoto qualquer. Em geral, nesses acordos ficam estabelecidos dias-chave em que a presença física do colaborador é fundamental. A ação reduz gastos da empresa com espaço físico e contas de consumo, enquanto aumenta a satisfação do colaborador que valoriza a qualidade de vida.
A infraestrutura de TI precisa acompanhar as mudanças do seu negócio
Para que a política de home office faça sentido, seja revertida em satisfação do colaborador e garanta a continuidade no negócio, é preciso dispor de todos os recursos de TI necessários. Isso inclui arquivos e soluções em cloud computing (nuvem), dispositivos móveis de acesso à internet wi-fi e infraestrutura de TI que permita a conexão de qualquer lugar, a qualquer momento e pelo número de pessoas necessárias de forma segura.
Produtividade é sinônimo de melhores resultados
Um dos grandes desafios dos líderes na gestão de equipes remotas é ter certeza de que os colaboradores estão fazendo o que precisa ser feito com eficiência adequada. Para superar essa preocupação, muitos gestores têm aderido a ferramentas que monitoram a performance e produtividade de cada colaborador e de todo o grupo, dados com potenciais para gerar insights para identificar gaps operacionais e otimizar a operação.
Segurança da informação segue como prioridade
Com todos os dados em cloud computing e soluções de wi-fi, o seu negócio terá mais chances de expansão. Porém, aumenta-se na mesma proporção o campo de ataque dos cibercriminosos. Dessa forma, é fundamental que a organização proteja sua rede e suas informações com ferramentas e políticas de gerenciamento e controle de acessos. Nesse processo, opte pelas ações com capacidade para proteger a troca e o fluxo de dados da organização, com mecanismos que controlem o acesso remoto considerando função do usuário e tipo de dispositivo, além de data, horário e localização do colaborador.
Ainda não sabemos com exatidão qual será o padrão do 'novo normal', mas a palavra do momento é inovação. É claro que inovar em produtos ou serviços é importante para a sobrevivência de qualquer negócio. Porém, também é preciso manter atenção sobre as possibilidades de inovar da porta para dentro e garantir ainda mais eficiência e competitividade à organização.
Roberto Campos, diretor da Telesul.