A Suprema Corte dos Estados Unidos acatou acusação segundo a qual o Google realizou escutas telefônicas por meio de seu projeto de mapeamento de ruas Street View — o serviço utiliza veículos que fotografam bairros no mundo todo para captar imagens de 360 graus das ruas para oferecer com o Google Maps.
No ano passado, a empresa foi multada em US$ 7 milhões por coletar, sem autorização senhas e outros dados pessoais de usuários de redes sem fio domésticas. Após a punição, o Google parou de coletar dados e se comprometeu a não fazê-lo sem aviso prévio e consentimento dos usuários.
A decisão da Justiça americana é um complicador na estratégia do Google que, na semana passada, durante sua conferência anual de desenvolvedores, apresentou uma abrangente agenda para expandir suas tecnologias para casa conectada, dispositivos vestíveis (wearable devices) e veículos autônomos. Os novos dispositivos irão se comunicar e compartilhar dados, exigindo uma grande dose de confiança dos usuários e a garantia de que as informações não serão usadas sem autorização.
Um caso de longa duração, em que o Google é acusado de explorar essa confiança e a apropriação indevida de dados,vai trabalhar contra esse programa ambicioso. O Google foi processado por violar leis federais ao coletar secretamente e-mails de pessoas, senhas e outras informações pessoais como parte de seu projeto de mapeamento Street View, que começou em 2007.
O Google sustenta que não realizou escutas telefônicas como parte do Street View, mas sua incapacidade de convencer o Supremo Tribunal significa que o caso irá além do tribunal de primeira instância. Seguindo sua prática habitual, o tribunal não explicou as razões para levar o caso adiante. A decisão, contudo, contribui para que o tribunal mantenha a reputação de defensor da privacidade contra intrusão tecnológica.
“Estamos desapontados que a Suprema Corte tenha se recusado a ouvir o caso”, disse o Google em um comunicado, sem fazer mais comentários. Com informações de agências internacionais.