Indústria farmacêutica precisa participar da "jornada do paciente", revela pesquisa

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Pesquisa conduzida pela Accenture com 10 mil pacientes crônicos de cinco países demonstra que 58% utilizam serviços terapêuticos complementares quando cientes de sua existência, sendo que 79% os consideram muito ou extremamente valiosos. Porém, globalmente, apenas 19% têm conhecimento sobre esses programas e, no Brasil, o cenário não é diferente – somente 20%.

O estudo, Patient Services: Pharma's Best Kept Secret foi realizado com pacientes de sete áreas terapêuticas, em condições que afetam o coração, pulmões, cérebro, sistema imunológico, ossos/órgãos, hormônios/metabolismo e portadores de qualquer tipo de câncer e revela a grande extensão de necessidades não atendidas ao longo da jornada de cuidados ao paciente.

A pesquisa também demonstra que os pacientes desejam mais auxílio e orientação antes de iniciar um tratamento, sendo que a maior frustração – apontada por 34% dos entrevistados – é a falta de notificação por estarem em uma "faixa de risco" para uma determinada condição, antes de sentirem os sintomas. Este percentual chegou a 44% entre os pacientes com doenças imunológicas. A fase de pré-tratamento é, portanto, o período mais sensível da jornada do paciente, segundo 65% dos respondentes. Já entre os brasileiros, a maior frustração (39%) diz respeito à falta de suporte para ter os dados de seu prontuário médico atualizados para serem compartilhados com todos os especialistas envolvidos.

"Estes resultados demonstram que há uma oportunidade significativa para as farmacêuticas melhorarem seu impacto em termos de assistência médica ao longo da jornada de cuidados aos pacientes", avalia Tony Romito, diretor de Life Sciences da Accenture. "Ao identificar prematuramente um paciente em risco e, desta forma, compreender e atender suas necessidades primárias antes do tratamento da condição em si, as empresas farmacêuticas têm a oportunidade de trabalhar com o aspecto mais amplo do sistema de assistência médica, fornecendo tratamentos que podem mitigar o avanço das condições de saúde do paciente."

Os resultados também indicam que a maioria dos pacientes (87%) quer apenas um ponto de contato que possa ajudar a cuidar de sua saúde; sendo que 85% prefere que essa fonte primária seja seu profissional de saúde – médicos, especialistas, enfermeiras ou farmacêuticos. No Brasil, 63% dos pacientes elegem o médico como o principal ponto de contato. Os canais digitais também ganham cada vez mais importância nessa interação: 57% dos entrevistados consideram esses canais como importante fonte de serviços complementares. Este número chega a 62% entre os pacientes com idades entre 18 e 30 anos.

"A maior parte das empresas farmacêuticas não têm priorizado o envio de informações sobre tais serviços aos profissionais de saúde; ao invés disso, preferem manter o foco em áreas como eficácia clínica, segurança e acesso. Com menos de um em cada cinco pacientes cientes sobre esses serviços, a pesquisa indica que os investimentos em fornecimento de informação aos pacientes devem ser revistos", destaca Marcelo Duerto, líder da área de Life Sciences da Accenture na América Latina.

Recomendações:

Com base nos resultados da pesquisa, a Accenture recomenda que as empresas farmacêuticas foquem no ajuste dos métodos de criação e fornecimento de serviços aos pacientes em várias áreas-chave:

A indústria precisa considerar a possibilidade de atender às necessidades do paciente antes do início do tratamento de uma condição médica diagnosticada. A maioria das farmacêuticas já possui serviços – ou estão considerando a criação destes – dedicados aos pacientes com tratamento em andamento. Porém, a maior necessidade de suporte está na fase anterior ao início do tratamento.

Embora a maioria das farmacêuticas tenha feito investimentos significativos em serviços para os pacientes, as empresas precisam ampliar o foco nesta área durante a interação do paciente com médicos e especialistas, que podem recomendar estes serviços como seus conselheiros primários.

Líderes de mercado devem melhorar a maneira como agrupam e integram estes serviços para fornecer uma experiência tranquila aos seus pacientes. As farmacêuticas criaram uma grande variedade de programas que são minimamente entendidos por pacientes ou médicos. Esta abordagem deverá facilitar a compreensão de profissionais de assistência médica e pacientes e elevar os níveis de conhecimento e uso.

Para atingir estas mudanças, as empresas farmacêuticas precisam investir em comunicação e na coordenação de serviços aos pacientes, como já fazem na elaboração destes programas.

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