Finep aprova investimento em mais um fundo de venture capital

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A Finep aprovou o investimento em mais um fundo de venture capital. Trata-se do Ficap, administrado pela Decisão Gestão de Fundos, que deve beneficiar cerca de dez empresas em quatro anos. Com patrimônio total de R$ 80 milhões, o fundo
está em fase final de captação de recursos e deve começar a operar entre setembro e outubro. O fundo ainda será objeto de registro na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Vamos privilegiar os segmentos de tecnologia da informação e serviços em TI e telecomunicações, mas teremos liberdade de aproveitar boas oportunidades nas áreas em que surgirem", afirma Sidney Chameh, um dos gestores do fundo.

O foco estará no que ele chama de "oportunidades completas". São empresas que possuem boa gestão, atuem em mercados em expansão, tenham um produto ou processo inovador e apresentem uma clara possibilidade de saída para os investimentos, seja através da venda de participações para uma empresa de maior porte ou, na melhor das opções, por meio de uma abertura de capital na Bolsa.

"Temos uma tese de consolidação das empresas em que investimos. Além de gerar lucros para nossos investidores, queremos ajudar a tornar mais competitiva a indústria nacional. Faremos isso investindo, por um lado, em empresas maiores, com faturamento anual de até R$ 70 milhões. A idéia é que elas possam adquirir outras e, assim, se tornarem mais fortes?, detalha Chameh ?Na outra ponta, aportaremos recursos em pequenos empreendimentos com faturamento de aproximadamente R$ 5 milhões anuais. Assim, esperamos que eles consigam se estruturar, aparecer no mercado e atrair a atenção de grandes empresas potenciais compradoras. O objetivo final é criar grupos nacionais fortes que façam a diferença no mercado global", completa.

A Finep apóia fundos de venture capital através da incubadora de fundos Inovar, estrutura que deve beneficiar, nos próximos três anos, cerca de cem empresas inovadoras. Há hoje seis fundos apoiados em operação, o GP Tecnologia, Stratus VC, SPTec, Rio Bravo Investech II, Novarum e CRP Venture VI, que aportaram recursos em 22 empresas inovadoras. Há ainda outros quatro fundos já aprovados e em fase de captação financeira. São eles: JBVC I, Stratus VC III, Fundotech II e o Fipac. No total, a Finep já comprometeu cerca de R$ 80 milhões em fundos de capital de risco.

A incubadora é uma iniciativa conjunta da Finep, do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (FUMIN/BID), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e dos Fundos de Pensão dos Funcionários da Petrobras (Petros) e da Caixa Econômica Federal (Funcef).

"Ser um fundo aprovado pela Finep representa um aval perante o mercado. É uma sinalização clara da seriedade e competência dos gestores envolvidos. Também é importante salientar que, além de investir diretamente no fundo, a Finep, no papel de secretaria da incubadora de fundo Inovar, tem papel decisivo nas captações de recursos junto a outros importantes cotistas do Fipac, como o BID, Petros e o BNDES", diz Chameh.

Quanto ao desenvolvimento do mercado de venture capital no Brasil, Chameh é otimista. "Estamos em um momento decisivo. O ambiente com estabilidade da moeda, inflação controlada e juros em queda nunca esteve tão favorável. Não podemos perder a oportunidade de alavancar o crescimento do setor e conquistar resultados significativos que reflitam no desenvolvimento econômico brasileiro", explica.

Segundo ele, o reconhecimento da importância do venture capital está refletido no interesse do governo federal no setor. Desde o ano passado, o Ministério da Fazenda trabalha em um plano nacional de apoio ao mercado, que nasceu da necessidade de, no curto prazo, criar opções de financiamento para as empresas emergentes.

Devido a problemas macroeconômicos como os altos juros e um sistema bancário que, ao exigir garantias reais, impede pequenos empreendimentos de contrair empréstimos convencionais, o venture capital desponta como uma alternativa viável. "Trata-se de investimento produtivo, que apóia o crescimento de empresas, gera empregos, renda e divisas fiscais. É o tão esperado crescimento sustentável", conclui Chameh.

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