Petrobras vai utilizar supercomputador em pesquisas com inteligência artificial

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O grupo de Processamento de Imagens e Inteligência Artificial do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), lançou nesta quinta-feira,1, um supercomputador voltado para a área de inteligência artificial (AI). A máquina será instalada no Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez, da Petrobras, e utilizada em pesquisas avançadas na área de petrofísica.

Chamado de SciMining, derivado do termo data mining (mineração de dados), o supercomputador conta com 32 núcleos de processamento; 4 TB de disco rígido; 500 GB de disco de estado sólido (para armazenamento do sistema operacional); 128 GB de memória RAM (expansível até 1 TB); seis placas de vídeo contendo 26.112 unidades gráficas de processamento; 84 teraflops de desempenho; 66 GB de memória de processamento gráfico.

Com peso total de 31,7 kg, a máquina é refrigerada à água (quatro refrigeradores), o que faz com que trabalhe no mais completo silêncio. É alimentada por duas fontes de 1,6 mil watts cada. A proposta é ter uma máquina com características de supercomputador que fique no laboratório, no escritório ou até mesmo em cima da mesa de trabalho.

O projeto desenvolve tecnologias de processamento de imagens, inteligência artificial e simulações de propriedades de rochas. Também atua nas áreas de óptica, mecânica e eletrônica em um microscópio de alta resolução.

O físico Maury Duarte Correia explica que a Petrobras tem o desafio de entender o volume de dados por trás das rochas carbonáticas. A empresa, hoje, gasta muitos recursos na caracterização dessas rochas. "O uso de ferramentas sofisticadas para análise dessa quantidade de dados é fundamental. A parceria com o CBPF promove um debate enriquecedor nesse sentido, com desenvolvimento de técnicas e tecnologias de ponta em nível mundial", diz.

O SciMining foi desenvolvido ao longo dos últimos 10 meses, por uma equipe de especialistas da Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (Cotec), do CBPF, e faz parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que o grupo mantém com a Petrobras.

Segundo Paulo Russano, responsável pelo projeto de engenharia do SciMining, esse desenvolvimento exigiu um estudo de tecnologias avançadas de multiGPU para computação de alto desempenho (HPC). "O objetivo sempre foi alcançar alta performance com custo bem reduzido, permitindo oferecer ao cientista um grande conjunto integrado para serviços de AI, redefinindo fluxos de trabalho tradicionais de HPC para inovação e ciência", diz Russano.

Outro equipamento semelhante já está sendo desenvolvido no CBPF voltado para aplicação de inteligência artificial à área de astrofísica. Outros institutos de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) já se interessaram pelo equipamento.

Estão em desenvolvimento no CBPF outros seis SciMining, para compor o sistema de cálculo de alto desempenho da instituição. "Haverá também uma versão ainda mais 'potente' do SciMining, com 15 placas de GPUs dedicadas ao processamento de dados científicos", diz Marcelo Albuquerque, vice-diretor da CBPF. Com informações do MCTIC.

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