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Como um país pode evoluir tecnologicamente sem a matemática?

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Foram divulgados recentemente os dados do novo Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (IDEB). Infelizmente, as novidades não foram agradáveis. Continuamos um país com pouco estudo, sem grandes avanços no desempenho de nossos alunos. Esse é um dado extremamente preocupante, visto que, sem educação, é impossível construir um futuro melhor. Mas quero chamar a atenção para este fato sob outro ângulo: o da tecnologia. Como formaremos os desenvolvedores e programadores do futuro se, hoje, quase ninguém entende, por exemplo, Matemática?

A educação brasileira teve seu pior resultado em Matemática do ensino médio desde 2005. Na última avaliação, que aconteceu em 2013, apenas 9% dos alunos apresentaram aprendizado considerado adequado, somando-se as escolas públicas e particulares. Nos números atuais, caímos para um índice entre 8 e 9%. Em 1999, esse índice era de 12%.

Enquanto isso, a tecnologia não para de evoluir. A Internet das Coisas (Iot) promete vir para ficar. Big Data, Business Inteligence, algoritmos e BYOD já estão mudando a forma como trabalhamos. Cada vez mais jovens sonham em desenvolver a próxima rede social do momento ou aplicativo de sucesso. Todo esse futuro passa pelas linhas de código de programação.

Com o crescimento do mercado de tecnologia, surgem novas oportunidades de trabalho. E com isso, voltamos para os nossos índices de educação. Cursos como Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Sistemas exigem bom raciocínio lógico e conhecimentos de Matemática e Física. Como podemos formar os profissionais do futuro se eles não entendem o básico? Considerando a atual situação, estamos errando desde o princípio. Não podemos esperar que um aluno que odeia matemática e que não consegue tirar uma nota boa em Física, tenha interesse em matérias de Tecnologia. Acaba sendo algo natural, mas o governo precisa resolver este problema o mais rápido possível.

Enquanto isso podemos tomar algumas pequenas medidas para incentivar as crianças a perderem o medo das ciências exatas e pegarem gosto pela programação. Em primeiro lugar, da mesma forma que lemos livros para os pequenos e fazemos brincadeiras com as letras e palavras, devemos também introduzir no dia a dia das crianças os números. Existem jogos educativos que apresentam os algarismos e mostram como funciona uma contagem. Essa é uma alternativa barata e divertida. Em relação à programação, já encontramos diversas escolas voltadas para o público infantil. Se a pessoa não puder pagar por um treinamento, é possível fazer cursos on-line que ensinam os conhecimentos básicos e mostram como a lógica da programação é interessante.

Algumas empresas já entenderam o tamanho do problema que isso pode gerar no futuro e investem, hoje, em plataformas de ensino. Um bom exemplo é o site criado pela Telefónica Educação, o STEM By Me. Em português e espanhol, o site traz cursos e artigos sobre conhecimentos relacionados às competências STEM (sigla em inglês para: ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Com um design moderno e uma linguagem jovem, o site incentiva os jovens a aprenderem se divertindo, provando que é possível sim gerar o interesse dos nossos estudantes. Além de todo o conteúdo on-line, a iniciativa disponibiliza também professores para responder dúvidas dos participantes. É uma ótima alternativa para quem busca mais conhecimento na área.

Essas são ações que dependem de pessoas ou empresas. Mas repito: é obrigação do governo perceber o tamanho do problema e passar a investir mais na educação do nosso país. Se continuar assim, em um futuro próximo não teremos profissionais em quantidade suficiente para atender as demandas do mercado. Com isso, o Brasil ficará para trás também em relação ao desenvolvimento da sua tecnologia. Um país sem educação e sem tecnologia está fadado ao fracasso. Cabe aos nossos governantes mudarem este quadro.

Luiz Alexandre Castanha, administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado a Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos.

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