"Banda larga a R$ 35 para todo o Brasil, sem um pacote, é inviável", diz LCA

0

Um acesso banda larga com velocidade de 1 Mbps a R$ 35 para todo o Brasil de forma linear, nos moldes que o governo pretende hoje para o Plano Nacional de Banda Larga, é inviável. A afirmação é da diretora de regulação econômica na LCA, Claudia Viegas, que coordenou o estudo "Contribuições para o Plano Nacional de Banda Larga", encomendado em fevereiro último pelo SindiTelebrasil, que teve dados preliminares apresentados na tarde desta quinta, 2, durante o 55° Painel Telebrasil. O estudo indica que para obedecer às premissas de acesso banda larga fixa de 1 Mbps, desvinculado de outros serviços, sem limite de download, a um preço de R$ 35, o tempo de retorno do investimento poderia variar de 14 anos a mais de 90 anos, considerando-se diferentes áreas do país e uma margem EBTIDA para a prestadora de 25%. O menor tempo para áreas de maior concentração populacional e com maior oferta de infraestrutura disponível, as chamadas áreas pretas, e o tempo superior a 90 anos nas áreas de menor concentração populacional, menor renda e pouca infraestrutura. "Banda larga a R$ 35 para todo o Brasil, sem um pacote, é inviável. A regulamentação precisa ser mais flexível e permitir a comercialização de pacotes de serviços para viabilizar o acesso com essa velocidade e preço", justifica a pesquisadora. Incentivos governamentais ou financiamentos públicos diretos também poderiam, segundo ela, viabilizar a oferta.
Investimentos
O estudo estima, num cenário referenciado, que com investimentos de R$ 144 bilhões será possível mais do que triplicar o total de acessos banda larga fixos e móveis dos atuais 40,9 milhões, em abril de 2011, para 153,6 milhões em 2020. O investimento é considerável. Vale lembrar que o investimento total das teles desde a privatização, em 1998, segundo dados da Telebrasil, somam R$ 235 bilhões.
Esse cenário referenciado é um no qual se inserem alavancas para potencializar o crescimento natural do setor com políticas públicas de estímulo à demanda e infraestrutura, como subsídios diretos com fundos setoriais, financiamentos de terminais e desoneração tributária.
Sem incentivos públicos ou privados, a estimativa do estudo é a de que a expansão fique limitada a 57,3 milhões de acessos fixos e móveis em 2014 e 93,2 milhões em 2020, somando investimentos de cerca de R$ 55 bilhões (considerando-se 20% adicionais a serem gastos com outorgas).
Atualmente, a maior parte das conexões no Brasil está abaixo de 2 Mbps e penetração de 21,5%. Com as alavancas, 87,2% das conexões teriam velocidade acima de 12 Mbps em 2020 e a penetração alcançaria 74,2% da população.
O estudo usou como premissa o cenário atual, considerando as operadoras atuais, suas redes e quanto custaria para ampliar a capacidade das redes existentes e levar infraestrutura a lugares desprovidos de infraestrutura. A premissa não leva em consideração, portanto, ganhos com possíveis compartilhamento de infraestruturas, entrada de novos competidores ou construção de novas redes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.