Publicidade
Início Newsletter (TI Inside) Ministro propõe força-tarefa contra cortes nos fundos de ciência e telecomunicações

Ministro propõe força-tarefa contra cortes nos fundos de ciência e telecomunicações

0
Publicidade

O Conselho Consultivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) discutiu nesta quinta-feira,1º, caminhos para o Brasil superar a falta de recursos e se preparar para tornar sua indústria mais competitiva e inovadora. O ministro Gilberto Kassab informou sobre a expectativa de que o Congresso Nacional aprove ainda em 2017 projetos de lei para impedir, a partir de 2020, o contingenciamento dos fundos nacionais de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).

“Nós do ministério temos conversado individualmente com todos os integrantes do Conselho, e existe um consenso de que as dificuldades que vivemos fazem com que esse encontro seja ainda mais importante”, avaliou.

O ministro anunciou que deve se reunir com os presidentes das comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal (CCT), Otto Alencar (PSD-BA), e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI), Paulo Magalhães (PSD-BA), “para que a gente possa, junto à comunidade científica, fazer uma força-tarefa para votar uma lei que impeça o contingenciamento do FNDCT e do Fust”.

A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, ressaltou a produtividade dos debates nas seis comissões temáticas do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que se reuniram pela manhã e relataram propostas ao ministro. “Para nós da comunidade acadêmica e científica, é extremamente importante ver que essas reuniões estão se tornando realmente rotina”, disse. “Estou preocupada com o financiamento, mas também com problemas de interlocução em torno da regulamentação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação [Lei nº 13.243/2016].”

Já a presidente do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti), Francilene Garcia, reforçou a necessidade de solucionar divergências em torno do decreto de regulamentação do Marco Legal, como interpretações de outros ministérios sobre recursos de custeio e capital e o uso do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv) por fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs). “Precisamos de um regramento ágil e que não exponha a nossa ciência a uma burocracia infernal”, afirmou.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, enfatizou a importância de a reunião envolver diversos interlocutores do governo, da comunidade científica e do setor empresarial. “O momento é crucial para a ciência e tecnologia do Brasil, porque a situação financeira está extremamente grave. Laboratórios já estão parando. Em alguns estados com situação financeira pior, com FAPs sem recursos, a condição é mais grave ainda. Tudo isso pode comprometer investimentos anteriores. Então, é um desperdício que começa a implicar em êxodo de cérebros, porque, afinal de contas, o cientista luta até certo ponto e, quando não pode mais desenvolver a sua ciência, ele vai embora do país. Preocupo-me, especialmente, com a recomposição do orçamento deste ano e com o orçamento do ano que vem.”

Medidas

O secretário-executivo do MCTIC, Elton Zacarias, informou que a pasta enviou três pedidos de concurso público ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), com demanda de 1,4 mil cargos de analista em ciência e tecnologia para institutos de pesquisa, o próprio ministério, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Agora, cabe a cada um de seus agentes políticos reforçar e pressionar para que o MPDG realmente libere isso, porque, como a gente tem dito, o nosso quadro de recursos humanos está extremamente reduzido.”

Já o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, anunciou a versão final da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), válida até 2022 e aprovada pelo CCT em dezembro de 2016.

“Começamos a desenhar planos setoriais em Água e Biomas e Bioeconomia e temos pela frente outros 10 temas prioritários”, apontou. “A ideia é que, assim que os documentos fiquem prontos e sejam aprovados pelo ministro, divulguemos a este Conselho, separadamente mesmo, não esperando estarem todos prontos numa mesma data.”

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Alvaro Prata, comentou as expectativas do ministério e de empresas de ampliar a abrangência da Lei do Bem (11.196/2005), a partir de demanda do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em busca de produtividade e competitividade.

“Há um reconhecimento de que esses benefícios, na verdade, não representam uma renúncia fiscal, mas investimentos no futuro. Para que tenhamos uma ideia, o uso do instrumento, na forma como está hoje, representou uma renúncia de R$ 11 bilhões por parte do governo federal, de 2006 a 2014, associada a um investimento de R$ 60 bilhões das empresas. Mais difícil de computar é o aumento de faturamento que veio em decorrência disso, porque elas se tornaram mais competitivas, ampliaram o seu mercado e, assim, geraram aumento na arrecadação em relação ao investimento.”

A secretária de Radiodifusão do MCTIC, Vanda Nogueira, detalhou os processos de desligamento do sinal analógico de televisão e migração de rádios AM para FM, enquanto o secretário de Política de Informática, Maximiliano Martinha, atualizou os conselheiros acerca do Plano Nacional de Internet das Coisas e da Estratégia Digital Brasileira. O presidente da Telebras, Antonio Loss, fez um relato sobre o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), lançado ao espaço em 4 de maio.

Durante o encontro, o ministro ouviu relatos dos coordenadores das comissões temáticas do CCT, por conta dos pesquisadores Luiz Davidovich (Capital Humano), Helena Nader (Pesquisa e Infraestrutura), Fernando Galembeck (Tecnologia e Inovação), Francilene Garcia (Marco Legal), José Roberto Boisson de Marca (Assuntos Cibernéticos) e Adalberto Val (Financiamento, Cooperação Internacional, Acompanhamento e Avaliação).

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile