Falar de novas tecnologias na sociedade de hoje parece redundante. Para onde quer que olhemos, os artifícios do mundo globalizado nos devoram e mostram a que vieram.
Praticamente podemos dizer que somos a tecnologia. É como se estivéssemos dentro do universo do Matrix, onde a realidade do presente se mistura às possibilidades de futuro. Ela nos possui de forma tão espontânea e assertiva que se torna inegável consumi-la.
E o mais curioso é que esse conceito pode se envolver em diversos níveis das múltiplas redes de negócios: à medida que variadas iniciativas surgem, as empresas precisam se atualizar e engatilhar novos contextos. Se pararmos para pensar, a internet que nasceu há cerca de 20 anos – e que é a tecnologia que temos hoje – foi acontecendo em um compasso impressionante. Ela ainda não está madura, tampouco pronta ou finalizada. Estamos no caminho, amadurecendo, e pode ser que a geração atual não a veja completamente desenvolvida. A velocidade das coisas, do mundo de agora, é intensa; porém, há muito a acontecer.
Posso dizer por minha própria trajetória: eu parti do analógico, criei e desenvolvi o mundo digital, mas ainda me sinto “criança”. Vi a tecnologia nascer e hoje a enxergo ainda desbravando caminhos e abrindo todo um outro universo de possibilidades.
Uma grande prova disso é o blockchain, já imensamente presente em nossos cotidianos e ações: quando alguém poderia prever que a questão da autenticidade digital se tornaria tão necessária? Eu previ isso desde o surgimento do mundo online. Trata-se de um artifício real para dados, fatos, produtos, contratos, notícias, transações… O blockchain vem como alternativa verossímil, uma vez que, apesar da internet estar combalida pela falta de verdade, ela ainda é o caminho – e temos certeza disso.
A grande aposta é que, agora, não basta usar recursos a nosso favor. Precisamos ser tecnologicamente responsáveis. Socialmente engajados. Naturalmente livres de quaisquer limitações de tempo e espaço. A nova forma de se relacionar na internet é com empresas que tratam os dados e os dividem com quem é de direito. Há a clara necessidade de uma honestidade em todos os procedimentos. Vamos, o tempo todo, buscar as garantias de certeza de que os dados estão sendo tratados, de acesso às informações em determinada plataforma. Isso não significa ser vigiado, mas é a garantia, sim, de que os dados estão bem guardados, e só quem é de direito tem acesso a ela.
A sociedade tem um enorme poder nas mãos e não aproveitá-lo seria um desperdício. A maior contrapartida que a tecnologia exige de nós é coragem. Estamos apenas no começo de uma grande revolução.
Ronaldo Sodré Santoro, fundador e co-CEO da Bom Valor.