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Computação quântica já é uma realidade

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A computação quântica baseia-se nos princípios da física quântica, pelos quais as partículas, quando resfriadas para quase menos de 273 graus celsius negativos, conseguem representar zero ou um, simultaneamente. Os bits quânticos, chamados qubits, conseguem assim realizar operações paralelas de maneira praticamente infinita. Trata-se de uma forma totalmente diferente de computação que resolverá problemas complexos que consomem muito tempo nos sistemas computacionais clássicos em vigor. Para se ter a ideia, as máquinas tradicionais codificam as informações em bits, consistindo em séries de zeros e uns, e conseguem fazer cálculos com base em um conjunto de dados de cada vez.

Devido à complexidade dos requisitos técnicos para hospedar e estabilizar os componentes sensíveis de um computador quântico, espera-se que no futuro próximo, os fabricantes os armazenarão e os clientes terão acesso às capacidades quânticas na nuvem. Estima-se que em cinco a dez anos os computadores quânticos estarão disponíveis comercialmente nas próximas décadas. Alguns observadores acreditam até que a gama de aplicações é tão estreita que pode ser que eles não tenham uma utilização comercial ampla. De qualquer forma, há o consenso de que eles não substituirão totalmente os sistemas computacionais clássicos, os PCs ou os laptops.

Vale ressaltar que a computação quântica é mais bem adaptada para a realização de operações avançadas, como a criptografia, a modelagem e a indexação de bases de dados. Ela não serve para tarefas banais como processamento de textos, planilhas e e-mails. No entanto, como ocorre com muitas tecnologias em estágio inicial, os usos práticos ainda estão sendo pesquisados. O ecossistema em torno do uso dessa ferramenta inclui apenas os meios acadêmicos que vêm explorando esse conceito desde a década de 60, mas esse campo de pesquisas só começou realmente a engrenar no começo da década de 80. Passados alguns anos, há hoje aproximadamente cem universidades em todo o mundo que pesquisam a computação quântica.

Além disso, nos setores público e privado, há um número ainda maior de empresas (aproximadamente 130) dedicadas ao desenvolvimento e à comercialização da computação quântica. Muitas dessas têm empreendimentos de desenvolvimento conjunto ou parcerias com universidades selecionadas. Finalmente, há aproximadamente 30 agências governamentais e agências sem fins lucrativos que realizam pesquisas sobre o assunto ou fornecem recursos para tal. Em que pese aparentemente muitos estarem envolvidos nesse tipo de pesquisa, é razoável dizer que na verdade há somente algumas centenas de especialistas na área.

Apenas algumas universidades oferecem formalmente disciplinas sobre sistemas de informações quânticas. Elas normalmente são complementares às disciplinas obrigatórias dos cursos como engenharia, ciências, tecnologia da informação, matemática, etc. Caso os computadores quânticos tornem-se disponíveis comercialmente, os componentes provavelmente serão aprimorados de maneira que a tecnologia seja acessível a um número maior de usuários.

Apesar de os computadores modernos continuarem a expandir os limites de processamento, a computação quântica está começando a oferecer opções para resolver problemas até então inacessíveis aos computadores clássicos atuais. Esta é uma realidade ainda distante, mas todas as grandes empresas como a IBM e Microsoft já vêm trabalhando no desenvolvimento da tecnologia. O que sabemos ao certo é que ela vai revolucionar a tecnologia nas próximas décadas.

Luís Motta, sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil e Felipe Catharino, sócio-diretor da área de tecnologia da KPMG.

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