A Capgemini, empresa francesa de serviços de TI, anunciou nesta quinta-feira, 2, que fechou acordo para a aquisição de 55% do capital CPM Braxis, por R$ 517 milhões (o equivalente a 233 milhões de euros), o que lhe dará o controle acionário da empresa brasileira de serviços de TI. A transação será feita por meio da injeção de R$ 287 milhões no capital da CPM Braxis e da recompra de ações no valor de R$ 230 milhões. A operação será financiada com caixa próprio do grupo. O valor da CPM Braxis foi estimado em R$ 970 milhões.
Concluída essa operação, o Bradesco terá alienado 35% de sua participação na CPM Braxis pelo valor aproximado de R$ 104 milhões, permanecendo com 20% do capital total. Recentemente, o banco havia assumido o controle acionário da fornecedora de serviços (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Conforme os termos do acordo, a Capgemini terá a opção de comprar o restante do capital da CPM Braxis (45%) dos atuais acionistas. Essa opção, no entanto, só poderá ser exercida entre o terceiro e o quinto ano após a data de conclusão do negócio (com base em um preço estimado de valor de mercado no momento do exercício da opção). Em nota, a Capgemini afirmou que a expectativa da CPM Braxis é de faturar cerca de R$ 1 bilhão neste ano, o que, se confirmado, representará expansão de 20% na comparação com o ano passado, quando registrou crescimento de 12%.
Com a aquisição, a Capgemini aumenta consideravelmente a sua presença no mercado brasileiro de serviços de TI. O CEO da companhia, Paul Hermelin, diz que a compra da CPM Braxis está em consonância com a estratégia de crescimento da empresa e a permitirá cumprir três objetivos já traçados: ampliar a presença em um país de rápido crescimento, apoiar os clientes globais nas regiões onde se concentram os seus investimentos e reforçar a empresa com a incorporação de uma equipe de gestão experiente e mais de 5,5 mil funcionários.
O CEO da Capgemini ressalta que o negócio foi motivado pelo fato da CPM Braxis ser uma empresa com participação relevante no mercado brasileiro de TI e por garantir flexibilidade e escala para os planos da companhia. Hermelin adiantou que novas aquisições poderão ser feitas no futuro, tanto em países da América Latina, como México e Chile, como na Europa e China.
O presidente do comitê executivo da CPM Braxis, Jair Ribeiro, disse que caso a empresa venha a fazer novas aquisições no Brasil, estas terão como foco a ampliação regional e a complementariedade de portfólio. Ele frisou ainda que com a venda do controle para a Capgemini, os planos de abertura de capital da companhia brasileira estão encerrados. "O negócio é uma alternativa ao IPO. Nos permitirá impulsionar o crescimento de forma mais acelerada do que com a abertura de capital."
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