Sem investimentos, pode haver algum tipo de pane no futuro, alerta GSMA

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Apesar de especialistas do setor de telecomunicações afirmarem que o país não corre risco de um "caladão", a falta de incentivos para o setor pode comprometer os investimentos futuros e, com isso, aumentar o risco de acontecer algum tipo de pane.
Na opinião de Ricardo Tavares, vice-presidente de Políticas Públicas da GSMA, que representa mais de 750 operadoras de telefonia móvel GSM em todo o mundo, o que precisa ser discutido é o ambiente para investimentos nos próximos anos. "Hoje não existe risco de caladão. Mas corremos o risco de ter um caladão de banda larga", afirma.
Os investimentos em telefonia e banda larga móveis são altos no país. Juntos, os setores já ultrapassaram a marca de 75 milhões de acessos. Só em bnda larga móvel 3G, existem 8 milhões de usuários no país. Tavares avalia que o problema está no crescimento exponencial da demanda. A expectativa, segundo ele, é de que em 2015 sejam 70 milhões de usários de serviços de banda larga móvel. Só no mês de outubro, o mercado de celulares e de banda larga móvel cresceu mais de 20%.
"As operadoras brasileiras investem mais que suas similares que compõem o grupo de países do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e na Europa. O problema é que, para avançar, os investimentos têm que continuar altos durante muito tempo. Nós não temos o ambiente propício para isso", explicou o vice-presidente da GSMA.
De acordo com Tavares, alguns problemas geram um ambiente de insegurança para os investidores do setor, entre eles a alta carga tributária e elevadas taxas de importação de equipamentos. Além disso, algumas questões técnicas como a baixa oferta de backhal – infraestrutura de transporte de serviços de telecomunicações – também são gargalos que precisam ser resolvidos porque encarecem os investimentos e diminuem a qualidade do serviço prestado.
Em meio a essas questões, Tavares afirma que a ideia de criar um Plano Nacional de Banda Larga é um passo importante. "Nós estamos entrando num ciclo em que para ter o direito de ser cidadão no século 21, além de alimentação e saúde, será necessário também ter acesso à educação e à banda larga.".
Na opinião dele, o papel do governo federal deve ser o de facilitar essas questões cedendo, por exemplo, suas linhas de transmissão. "Se o governo utilizar sua infraestrutura para ser um dos fornecedores de backhal, aí é válido. Mas entrar na disputa pelo consumidor final irá distorcer completamente o mercado. Vai criar um risco maior para os investidores em vez de favorecer a ampliação dos investimentos", avalia Tavares. Com informações da Agência Brasil.

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