A Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), será a primeira empresa a receber financiamento do BNDES pela nova linha de crédito criada para incentivar a produção em escala industrial de produtos que agregam inovações tecnológicas.
O financiamento do banco estatal será de R$ 6,7 milhões, o equivalente a 55% dos investimentos que serão realizados pela empresa para a implantação de uma linha de produção de lentes anesféricas vítreas, com tecnologia inédita no país, e criação de uma geração de produtos que utilizarão as novas lentes.
Atualmente, a Opto é reconhecida pela produção de equipamentos ópticos de alta tecnologia, baseados em lentes esféricas. As lentes anesféricas são mais avançadas, pois possuem superfícies que não têm raio de curvatura constante e permitem imagens mais nítidas.
A empresa foi fundada em 1985 por um grupo de professores, pesquisadores e técnicos do Instituto de Física da Universidade de São Paulo na cidade de São Carlos. Com controle 100% nacional, a Opto fabrica equipamentos médico-oftálmicos, além de sistemas ópticos de uso industrial, com vendas no mercado interno e também em exportações para os Estados Unidos, América Latina e Europa.
O projeto que receberá financiamento do BNDES prevê a importação de máquinas e equipamentos, sem similares nacionais, para a produção de lentes anesféricas, a expansão da área construída da empresa, bem como pesquisas e desenvolvimento de produtos baseados nas novas lentes. Para tanto, haverá contratação de novos profissionais e capacitação no uso de técnicas e maquinários de alta precisão.
Com o domínio da nova tecnologia, a Opto Eletrônica espera ganhar mais competitividade em relação a seus concorrentes internacionais. Para o Brasil, o desenvolvimento do projeto tem interesses estratégicos, ao propiciar mais exportações com grande valor agregado e também ao internalizar tecnologia avançada para uso em áreas médicas e odontológicas, além de emprego na área da defesa.
A linha de financiamento Inovação Produção tem custo financeiro composto apenas pela TJLP (taxa de juros de longo prazo), atualmente de 9% ao ano, sem cobrança de remuneração para o banco, mais a incidência do spread de risco.