Google não vai desenvolver identificadores alternativos para cookies de terceiros em suas plataformas de publicidade

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No ano passado, com o objetivo de colocar a privacidade do usuário em primeiro lugar, o Chrome anunciou sua intenção de eliminar o uso de cookies de terceiros e, algumas semanas atrás, o Google apresentou os primeiros resultados de seus testes para avaliar a eficácia de sua proposta inicial com a publicidade digital centrada em privacidade. Hoje, como parte desse esforço, o Google anuncia que, uma vez que se eliminem os cookies de terceiros, não criará identificadores alternativos para rastrear as pessoas enquanto elas navegam na web, nem fará uso deles nos produtos da empresa.

Desta forma, o Google não se unirá aos esforços de outros players da indústria de publicidade que planejam substituir os cookies de terceiros por novas formas de identificação individual do usuário. Em vez disso, o Google continuará comprometido com as tecnologias desenvolvidas como parte do Privacy Sandbox, um o esforço colaborativo do mercado para desenvolver um conjunto de padrões abertos da web que buscam, principalmente, melhorar a privacidade na internet.

O Google reconhece que isso significa que outros provedores oferecerão um tipo de rastreamento que não estará disponível em suas plataformas, como gráficos de PII (informações de identificação pessoal, na sua sigla em inglês) com base nos endereços de e-mail das pessoas. No entanto, a empresa acredita que esses tipos de soluções não atendem às expectativas de privacidade dos consumidores, nem resistirão às restrições regulatórias e, portanto, não são um investimento sustentável no longo prazo.

Ao contrário disto, os produtos da web precisarão ser alimentados por APIs (Application Programming Interface) que preservem a privacidade, evitem o rastreamento individual e, ao mesmo tempo, forneçam resultados para anunciantes e editores. Para que a publicidade digital continue a ser o suporte econômico do ecossistema digital, o Google acredita que é necessário avançar na agregação, anonimato e processamento de dados no dispositivo, que oferecem alternativas eficazes para substituir os identificadores individuais.

O Google reafirma seu compromisso em manter a internet aberta e acessível a todos, ao mesmo tempo em que protege a privacidade. Isso não significa apenas o fim dos cookies de terceiros, mas também de qualquer tecnologia usada para rastrear pessoas individualmente enquanto elas navegam na web. "Seguimos comprometidos com a preservação de um ecossistema digital vibrante e aberto, onde as pessoas podem acessar uma ampla gama de conteúdo suportado por publicidade, com a confiança de que sua privacidade é respeitada. Estamos ansiosos para trabalhar com outros players da indústria nesses avanços", declarou David Temkin, Diretor de Gerenciamento de Produtos, Privacidade e Confiança de Anúncios do Google.

O Privacy Sandbox e o futuro da publicidade digital

Um 'Sandbox' é um ambiente de teste que isola o código que não foi testado e permite a experimentação fora do ambiente de produção ou implementação de software. O Privacy Sandbox foi lançado pelo Chrome em agosto de 2019, em um esforço colaborativo com a comunidade da internet para desenvolver um conjunto de padrões web abertos que buscam, principalmente, melhorar a privacidade na internet. Um elemento-chave da iniciativa é a criação de opções eficazes para substituir o rastreamento invasivo de cookies de terceiros, além do desenvolvimento de mecanismos de privacidade que forneçam a base necessária para uma indústria de publicidade digital que atende anunciantes, editores e usuários.

Um dos padrões propostos é o FLoC (Federated Learning of Cohorts), que propõem uma nova forma de os anunciantes atingirem seu público-alvo por meio de grandes conjuntos de pessoas com interesses similares. Essa abordagem "esconde" as pessoas "no meio da multidão" e usa o processamento no dispositivo para manter o histórico da web de uma pessoa privado em seu navegador. Ao criar simulações com base nos princípios definidos na proposta do FLoC, as equipes que trabalham com a tecnologia por trás dos anúncios do Google conduziram testes usando essa opção com foco na privacidade como uma alternativa aos cookies de terceiros. Os resultados indicam que, ao gerar grupos de audiência baseados em interesses, o FLoC pode ser um substituto efetivo dos cookies de terceiros. Os testes do FLoC para alcançar os mercados e a afinidade nos audiências do Google mostram que os anunciantes podem contar com pelo menos 95% de conversões por dólar investido, mais uma vez em comparação com publicidade baseada em cookies. O resultado específico depende da força do algoritmo de agrupamento usado pelo FLoC e do tipo de público que se deseja alcançar.

O Chrome pretende disponibilizar audiências com base em FLoC para teste público este mês e começar a testar audiências com base em FLoC com anunciantes do Google Ads no segundo trimestre de 2021.

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