A Visa apresentou nesta sexta-feira, 3, um protótipo avançado de anel de pagamentos que pretende doar para testes a 45 atletas olímpicos durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que acontecerá de 5 a 21 de agosto. A empresa de meio de pagamentos mostrou o anel em um evento promocional em Manhattan, Nova York, comandado pela esgrimista Ibtihaj Muhammad, de descendência afro-americana.
O anel contém um microchip produzido pela holandesa Gemalto, fornecedora de soluções de segurança digital e SIMcards, e tem uma antena embutida que utiliza a tecnologia NFC (Near Field Communications), de comunicação por aproximação entre máquinas. Os atletas brasileiros poderão fazer um pagamento tocando o anel próximo a um terminal de pagamentos NFC.
Para a Visa, que é uma das patrocinadoras Jogos Olímpicos, o anel de pagamento da Rio 2016 servirá essencialmente como um beta teste de alto perfil, realizado em um ambiente aberto, mas controlado. Não há planos imediatos para oferecer uma versão do anel para os consumidores.
"A Visa (tem) historicamente ganhado a vida através de um fator de forma: o cartão de crédito plástico. Mas isso não significa que é a única maneira através da qual ela pode operar seu negócio", disse Chris Curtin, chefe de marcas e inovação de marketing da Visa, ao USA Today. "Na medida em que o mercado nos levar a outros tipos de fatores de forma, iremos cumprir nossa promessa de marca de estar lá em todos os lugares."
Pagamentos móveis alternativos
Mas a Visa não é a única a testar meios de pagamentos móveis alternativos, incluindo dispositivos de Internet das Coisas (IoT). A rival MasterCard, por exemplo, anunciou em outubro do ano passado a parceria com uma empresa chamada Ringly para desenvolver seu próprio anel inteligente de pagamentos.
Projetado para mulheres, ele também está em fase de protótipo. A MasterCard também disse à época que estava formando uma parceria com a General Motors para produzir o primeiro porta-chaves de pagamentos, também ainda em protótipo.
Hoje, através do Apple Pay, Samsung Pay, Android Pay e outros, os consumidores podem transformar smartphones em carteiras digitais. E com a Apple Watch e alguns outros smartwatches, os usuários também podem fazer pagamentos a partir do pulso. Mas não há nenhuma evidência de que o uso desses meios de pagamento irá se generalizar no curto prazo. Apenas 13% dos proprietários de Apple Watch entrevistados recentemente pela 451 Research disseram que fazer pagamentos móveis é o que eles mais apreciariam no produto.
O analista Jordan McKee, da 451 Research, disse "nós não verificamos uma posição esmagadora de interesse na adoção ou na maioria dessas experiências alternativas de comércio".
Outro dado da pesquisa é que apenas 13% dos usuários do Amazon Echo, um aparelho inteligente que responde a comandos de voz, podendo acionar o sistema de compras, e apenas 3% dos proprietários de pulseiras para fitness disseram que desejariam que fosse adicionada a funcionalidade de pagamentos a esses dispositivos.
Para um bom número de consumidores, parte da hesitação em adotar novas tecnologias envolve a segurança, ou a percepção de essas soluções são de alguma forma menos seguras. Por isso, o protótipo de anel de pagamento da Visa procura tirar proveito da tecnologia de "token", semelhante a que é usada no relógio inteligente da Apple. Um identificador digital exclusivo é usado para processar os pagamentos sem expor detalhes da conta no próprio anel.
O protótipo de anel que a Visa está dando aos atletas não necessita de bateria e é à prova d'água, resistente até uma profundidade de 50 metros.