Publicidade
Início Notícias Inovação Universidade Federal de Goiás desenvolve teste molecular rápido para COVID-19 em microchips...

Universidade Federal de Goiás desenvolve teste molecular rápido para COVID-19 em microchips descartáveis

0
Publicidade

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás desenvolveram um método de diagnóstico capaz de detectar a presença do coronavírus no paciente desde o primeiro dia dos sintomas. A técnica chamada de RT-LAMP é uma técnica de amplificação de DNA, assim como a PCR (Reação em cadeia da polimerase), técnica padrão ouro para diagnóstico da COVID-19, porém o processo no qual amplifica o material genético do vírus é realizado de maneira mais simples, barata e rápida. 

Além disso, a RT-LAMP é 10 mil vezes mais sensível que a PCR. Por detectar a presença do RNA do vírus desde o início, pode permitir um tratamento adequado rapidamente e o isolamento do paciente, de modo a conter a transmissão do vírus a outras pessoas. A pesquisa é fruto do trabalho do Grupo de Pesquisa de Biomicrofluidica do Instituto de Química e do Laboratório de Genética Molecular e Citogenética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás.

As vantagens do teste não param por aí, ele é simples e rápido. No trabalho dos professores da UFG a amplificação do RNA do vírus é realizada em um microchip, que utiliza um volume muito pequeno (microlitros) de amostra e reagentes. Esses dispositivos são descartáveis e portáteis. Assim, o teste pode ser levado para o local de necessidade, os chamados point-of-care.  A reação de amplificação do RNA é realizada em 10 minutos. A leitura dos resultados é colorimétrica, e trata-se de um modo de detecção simples e rápido, feita a olho nu. A cor verde fluorescente é gerada quando existe a presença do vírus na amostra do paciente. Quando não há o vírus a cor verde fluorescente não é gerada.   

O teste baseado em RT-LAMP pode ser realizado em um tempo total inferior a 2 horas, enquanto um teste baseado em PCR leva cerca de 7 horas. Além disso o custo do teste é cerca de 40 vezes menor do que a PCR, além de não necessitar de instrumentação cara, pois a reação ocorre em temperatura constante. O teste foi otimizado inicialmente com o cultivo de vírus inativado doado pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular (ICB-USP), por meio do professor Édison Durigon. Em seguida, o teste foi aplicado em amostras reais de pacientes, previamente testadas por PCR em tempo real. Os resultados obtidos com o teste em amostras reais concordaram com o teste considerado padrão-ouro, a PCR. A pesquisa está agora em fase de validação com um número maior de amostras, para que em breve o teste possa ser aplicado para a população.

Estudos anteriores

A equipe que desenvolveu o teste também já tem estudos publicados com plataformas microfluídicas para detectar o zika vírus, dengue e chicungunya. Nestes estudos a detecção foi feita com amostras de saliva. O grupo está em fase de testes para que a saliva possa ser utilizada diretamente nos testes da COVID-19, o que facilita a coleta, mais simples do que de amostras de nasofaringe. A expectativa é que, a depender do apoio que a pesquisa receber, o teste esteja disponível para a população em 2 meses. “Nosso grupo tem grande potencial para realização de testes rápidos, sensíveis e com alta confiabilidade, que poderá ajudar o Brasil a aumentar a testagem da população”, afirma a pesquisadora Gabriela Rodrigues Mendes Duarte.

Vantagens ao PCR

A metodologia considerada padrão ouro para o diagnóstico da COVID-19, a PCR em tempo real, apresenta algumas limitações que podem ser superadas com o teste desenvolvido pelo grupo da UFG. A PCR dificulta a testagem em massa, ou seja, de um grande número de pacientes, primeiramente devido ao alto custo.

Ela também exige instrumentação sofisticada e aplicação de várias etapas que torna o exame mais demorado. Também é necessária mão de obra altamente qualificada e sua realização tem sido dificultada pela escassez de insumos para PCR devido a grande demanda mundial. Por isso, o surgimento de uma técnica rápida, barata, que exige poucos insumos, pode mudar a forma como a COVID-19 é diagnosticada no Brasil e no mundo.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Sair da versão mobile