Em 2024, só 13% das empresas brasileiras usaram IA de alguma forma. Isso não é um número aleatório. É sintoma.
Enquanto o Brasil se gaba da cobertura de fibra óptica e do marketing sobre inovação, a realidade continua a mesma: o salto digital virou vitrine de evento e não motor de transformação.
O que chama atenção não é a baixa adoção, é o porquê dela. O que trava é custo, incompatibilidade com o negócio e falta de capacitação (TIC Empresas). Em outras palavras: ou não sabem pra que serve, ou não têm pessoas capazes de fazer acontecer. É disso que estou falando quando digo que a transformação digital aqui é cosmética:
– Compram software caro pra mostrar no board
– Terceirizam projetos de IA pra consultoria gringa
– Entregam POC com chatbot
– Batem no peito achando que estão na fronteira da tecnologia
Enquanto isso, a Bain & Company mostrou que quase 40% dos executivos brasileiros apontam a falta de profissionais preparados como o principal gargalo pra IA.
Não é infraestrutura, não é segurança de dados. São pessoas.
As empresas que hoje escalam IA com sucesso são aquelas que começaram antes da moda. Não seguiram hype. Construíram capacidade antes da necessidade. Criaram atratividade antes da escassez. Se anteciparam.
Ainda vejo lideranças tentando entender se IA é "pro negócio deles". Como se fosse uma decisão filosófica.
IA não é um projeto. IA é uma inevitabilidade.
E digo mais: quem ainda está debatendo "quando" já ficou pra trás. A pergunta agora é: "como escalar sem pessoas?"
O mercado não tem profissionais prontos o suficiente. O déficit no Brasil passa de meio milhão até o final de 2025. Formar talento interno virou luxo.
Quem tem tempo pra isso?
A solução pra muitas empresas tem sido clara: outsourcing. Funciona. Traz velocidade, conhecimento e entrega real. Não é improviso, é estratégia. É com outsourcing que muita gente está aplicando IA em escala, mesmo sem um time interno formado.
Na prática, tem três tipos de empresa hoje:
– As que criam sua máquina interna de IA
– As que aceleram com outsourcing especializado
– As que ainda estão esperando o momento certo
As duas primeiras estão crescendo. A terceira já ficou pra trás.
O que impede sua empresa de parar de falar sobre IA e finalmente entregar com IA?
Sylvestre Mergulhão, CEO da Impulso.
IA não é bala de prata, IA é cara e nem tudo precisa de IA para inovação
Temos uma sociedade que não se interessa por estudos; por futuro; pelo coletivo. Vejo muita hipocrisia nas falácias de IA. As pessoas querem IA para fazer vídeos de gatinhos ou memes; dopamina fácil; diversão. Além do que, soluções de IA são estrangeiras, logo eles quem irão sempre estar a frente. Aqui não há criatividade, há o uso do que está pronto, e ainda mal usado.