Alemanha investiga o Facebook por armazenamento não autorizado de dados

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Uma autoridade alemã determinou ao Facebook a desativação do seu sistema automático de identificação por fotos, acusado de violar as leis de privacidade da Europa. A ferramenta, chamada de "suggested automatic tagging", dá permissão para a rede social anexar automaticamente perfis de amigos por meio da identificação deles nas imagens carregadas no site.
O supervisor de proteção de dados de Hamburgo, Johannes Caspar, mostrou "preocupação" com a ferramenta. Em uma carta divulgada na última terça-feira, 2, Caspar suspeita que o reconhecimento por fotos recolhe dados dos usuários cadastrados sem sua autorização. A prática viola o artigo 29 das Regras de Privacidade de Dados da União Europeia.
No documento, Caspar pediu a desativação da função na Alemanha e deu prazo de duas semanas para resposta do Facebook. De acordo com as leis alemãs, Caspar pode aplicar uma multa de 300 mil euros à rede social.
Em entrevista ao New York Times, Caspar afirmou que está liderando uma investigação junto a Jacob Kohnstamm, principal autoridade holandesa sobre privacidade de dados.
Por meio de um porta-voz, o Facebook rejeitou a acusação, e afirmou ao jornal norte-americano que a ferramenta em questão dá à pessoa reconhecida a possibilidade final de aceitar ou não sua identificação, o que está de acordo com as leis do União Europeia.
No ano passado, o Google passou por situação em um processo liderado também por Caspar sobre o serviço de mapas Street View. O gigante de buscas pagou multas e desculpou-se formalmente após autoridades da Alemanha divulgarem que os carros da empresa responsáveis por filmar e mapear ruas haviam copiado informações de redes por onde passavam. Na ocasião, o Google atribuiu o comportamento a um "erro de programação".
No Brasil, o Facebook foi notificado em junho pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, a prestar esclarecimentos sobre o novo sistema. O órgão brasileiro afirmou que a função viola a privacidade e sublinhou que foi lançado sem o consentimento dos usuários.

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