A Sensedia, spin off da Ci&T especializada em Arquitetura Orientada a Serviços (SOA), inicia as operações neste ano com ênfase em um novo segmento de operação. Batizada de “arquitetura de TI moldável”, a companhia passa a atuar no conjunto de tecnologias para construir uma infraestrutura simples, ligada à SOA, que facilita a integração de clientes com parceiros e, assim, aumenta os rendimentos de negócios.
Segundo explica o CEO da Sensedia, Kleber Bacili, o ponto central da nova atuação é a disponibilização de interface de desenvolvimento de aplicações, conhecidas como APIs. São pequenos pedaços de códigos compartilhados que atuam como o início do desenvolvimento, compartilhados entre os envolvidos no projeto. “Buscamos uma oportunidade de continuar a atender nossos clientes, não limitada apenas à SOA. Como temos experiência em governança de arquitetura orientada a serviços, já uma estrutura mais simplificada, estamos preparados para atuar também no desenvolvimento de APIs”, explica o executivo. De acordo com ele, o principal objetivo é mostrar às companhias que a tecnologia também pode gerar resultados mensuráveis e ser determinante para a estratégia empresarial.
Um dos exemplos é o tempo de implantação de parcerias baseadas em sistemas. Normalmente, para colocar em prática a integração de softwares de TI, exige-se muita comunicação entre os departamentos das empresas para compartilhar o entendimento das linguagens de programação e funcionamento dos legados. Com a disponibilização de APIs, o tempo de desenvolvimento cai consideravelmente pela eliminação de constantes contatos entre as equipes. “Vimos projetos que demorariam três meses para começarem a funcionar serem ativados em apenas uma semana por meio de APIs. Para o negócio, essa agilidade se traduz em eficiência”, conta Bacili.
Entre as principais propostas da Sensedia para uso de APIs, metade dos projetos é ligada a integração e parcerias com outras empresas. De 25% a 30%, por sua vez, são referentes a aplicativos móveis. “Existem também algumas contratações específicas de software, como o CRM da Salesforce.com, cuja ligação com os legados ocorre preferencialmente via APIs”, defende. Outras prováveis aplicações vão desde a disponibilização de produtos de varejistas em lojas virtuais de diversos fornecedores, os chamados market places, até mesmo integração de sistemas de companhias aéreas e hoteleiras com agências de viagens, por exemplo.
O executivo conta que os primeiros trabalhos com APIs já estão sendo feitos no Brasil. Um dos clientes é a Nova Pontocom, empresa de comércio eletrônico do grupo Pão de Açúcar, que reúne as operações online das lojas Extra, Ponto Frio e Casas Bahia. Bacili espera boa aceitação também em mercados internacionais onde atua – a Sensedia possui, além de 40 funcionários em sedes em Campinas, São Paulo e no Rio de Janeiro, um escritório na Filadélfia, nos Estados Unidos. “Nossa equipe internacional detectou uma receptividade muito grande no mercado norte-americano para o trabalho com API, estamos otimistas porque lá a demanda é ainda mais forte”, afirma.
A Sensedia registrou expansão de 54% na receita em 2012, mas não revela valores por ser uma companhia de capital privado. Mesmo com a crise internacional, a companhia espera que o novo segmento de atuação mantenha o ritmo de crescimento no ano que vem, projetado para 55%.
