O ano de 2020 foi marcado pelo boom das compras online. Com lojas fechadas por causa da pandemia, o comércio eletrônico brasileiro movimentou, só no primeiro semestre, R$ 38 bilhões e aumentou o faturamento em 47% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com levantamento da Ebit/Nielsen. Agora, as marcas buscam formas de despertar gatilhos emocionais para melhorar a experiência de compra e se diferenciar no ambiente online.
A movimentação do consumidor no comércio virtual vem evoluindo. Mais de 11 milhões de usuários, entre abril e setembro do ano passado, trocaram uma ida ao shopping pela primeira compra no ambiente online, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Com a digitalização dos serviços, o usuário se depara com uma concorrência acirrada e muitas ofertas, mas ainda mantém uma postura racional, e o preço vira fator determinante para colocar um produto no carrinho de compras.
Reconstruir esse processo engessado é a saída para simular maior interação com o mundo físico e tornar a jornada de compra do cliente mais emocional. Integrar ao mundo virtual parte da vivência do mundo real é a tendência para potencializar as vendas e aprimorar a experiência dos clientes. No lugar de sites estáticos, com informações sobre os produtos e opções de cores acompanhadas do preço, o usuário se depara com um novo nível de navegação, graças à junção de tecnologias, como a realidade estendida (combinação entre a realidade virtual e a realidade aumentada).
A MondoDX, startup de inovação tecnológica, por exemplo, desenvolveu uma plataforma inédita no país, capaz de reformular por completo a jornada de compra do cliente no mercado on-line. Batizada de Vyrch, a plataforma usa tecnologias imersivas como estratégia de diferenciação das lojas para colocar o usuário no centro da experimentação.
A ferramenta une uma base digital tecnológica a conceitos em design de varejo e inteligência de consumo. A combinação desses conhecimentos cria uma experiência imersiva capaz de levar o consumidor a um novo universo das compras online.
Todo o ambiente de uma loja física é construído para proporcionar uma navegação 360º, sem limitar o cliente em suas ações, proporcionando o mesmo sentimento de satisfação de uma compra presencial. Na tela do computador ou em um celular, o consumidor pode ter a experiência real de interagir com cada produto digitalizado em 3D, retirá-lo da prateleira, analisar todos os detalhes e até prová-lo, sendo possível combinar a sua imagem a do produto, simulando a experiência de experimentar a mercadoria no provador da loja.
O e-commerce continuará aquecido este ano e a inovação no setor é um caminho sem volta. Ao combinar diferentes tecnologias de realidade virtual e aumentada, por exemplo, o usuário pode entrar em uma loja virtual, observar em 3D a mercadoria que deseja, e experimentá-la antes de tomar a decisão de compra. Tudo isso no conforto de casa, mas sem perder o realismo da experiência em uma loja física. Decisões racionais podem virar emocionais ao engajar o consumidor e proporcionar algo novo a ele. Nossa proposta é reformular o conceito de e-commerce ao qual estamos acostumados – diz Danilo Castro, CEO da MondoDX.
A interação e os gatilhos emocionais proporcionados pela união dessas tecnologias, com toda a ambientação e a praticidade de uma loja física, garantem prazer aos clientes e estimulam compras inesperadas, por impulso. Uma pesquisa online realizada pela empresa Accenture, com 3.087 consumidores de 12 países da América do Norte, Europa e região da Ásia-Pacífico, revelou que as tecnologias imersivas fazem os clientes se sentirem mais conectados aos produtos. Dessa forma, 52% dos entrevistados mostram mais confiança em adquirir produtos online sem visitar lojas físicas.
Castro também chama a atenção para outro ponto. Ele lembra que o fato de experimentar antes de comprar minimiza riscos de devolução ou troca das mercadorias, processo que gera custo para as empresas e insatisfação para os consumidores.