Fusões e aquisições movimentam US$ 2,8 trilhões em ano marcado pela pandemia, aponta Bain & Company

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Levantamento feito pela Bain com cerca de 300 profissionais de M&A aponta que o apetite para fusões e aquisições permanece forte, considerando que metade dos entrevistados esperam uma maior atividade de M&A em seus setores em 2021, embora quase o mesmo número cite as perspectivas econômicas incertas como o principal obstáculo para a negociação.

Globalmente, o valor médio da empresa para ganhos antes de juros, impostos, depreciação e múltiplos de transação de amortização aumentou 14 vezes, enquanto em 2019 este valor era de 13 vezes. Isso foi sustentado por indústrias de crescimento mais rápido, onde os múltiplos se mantiveram estáveis ou aumentaram.

Setores como tecnologia, telecomunicações, mídia digital e produtos farmacêuticos já estavam sob o olhar dos investidores e se tornaram ainda mais atrativos pelas mudanças aceleradas pela Covid-19, com um maior número de avaliações. O que não aconteceu em setores como varejo e energia, onde as avaliações enfraqueceram.

Na análise geral, 2020 foi um ano que trouxe o declínio mais profundo e a recuperação mais forte nas atividades de Fusões e Aquisições e tornou o processo digital o novo normal. "Antes, o principal objetivo de se fazer uma fusão ou aquisição, era ganhar escala. Agora passa a ser ter mais escopo", explica Kai Grass, sócio da Bain & Company.

Corporate Venture Capital

Uma tendência que veio pra ficar. Depois de anos em crescimento, o Corporate Venture Capital (CVC) comprovou sua resiliência no tumultuado ano de 2020, com US$ 95 bilhões investidos – soma que representa o valor de negócio anual mais alto investido por empresas de capital de risco corporativo de todos os tempos.
Os segmentos de tecnologia e saúde representam mais de 60% do valor do negócio de capital de risco corporativo, mas serviços financeiros, telecomunicações e manufatura e serviços avançados estão em alta.

As tendências em Fusões e Aquisições

Movimentos que antes da pandemia pareciam ser de longo prazo, foram acelerados. Entre eles:
Digitalização rápida: as equipes de CVC e PE se adaptaram rapidamente ao mundo da due diligence virtual, fechamento de negócios e integração, com cerca de 70% dos profissionais de fusões e aquisições dizendo que a diligência em 2020 era um desafio.
ESG: 2020 será lembrado como o ano em que o ESG assumiu um lugar de destaque entre os critérios de M&A, exigindo das empresas mais diversidade e atenção com os critérios de sustentabilidade.

Favorecimento de negócios locais: as preocupações com a cadeia de suprimentos expostas pela crise da Covid-19 levaram quase 60% dos entrevistados a pontuar que a localização da cadeia de suprimentos será um fator significativo na avaliação de negócios no futuro.
Boom em saúde e tecnologia: depois de pressionar o botão de pausa na primeira metade de 2020, as fusões e aquisições em tecnologia voltaram a crescer.

O valor de negócio para aquisições corporativas das empresas de tecnologia ultrapassou US$ 200 bilhões em cada um dos últimos dois trimestres de 2020, um nível visto pela última vez há mais de duas décadas, e que deve continuar em constante crescimento. Já na área da saúde, as fusões e aquisições caíram 37% em 2020, uma das maiores quedas entre os setores. O volume de negócios aumentou na segunda metade de 2020 e parece estar prestes a acelerar em 2021. Existem várias áreas dentro da saúde que devem impulsionar esse movimento, como farma, biotecnologia, medtechs e processamento de pagamentos.

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