A operadora de celular TIM, segunda maior do país em número de assinantes, registrou prejuízo líquido de R$ 19,46 milhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma queda de 80,8% sobre as perdas de R$ 101,5 milhões registradas em igual período de 2006, segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (4/5).
A receita líquida subiu 37,6%, para R$ 2,84 bilhões, e os custos operacionais totalizaram R$ 2,17 bilhões, com alta de 46,1%. O Ebitda (ganho antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 664,05 milhões no trimestre, volume 15,7% maior na comparação com o período de janeiro a março do ano passado, quando ficou em R$ 573,87 milhões. A margem de Ebitda (relação entre receita líquida e Ebitda), porém, recuou de 27,8% para 23,4% no período.
A perda financeira líquida da operadora caiu 28,9%, para R$ 63,25 milhões. Apesar de ter registrado aumento de sua base de assinantes, totalizando 26,3 milhões ao final do primeiro trimestre, a receita média por assinante (ARPU) totalizou R$ 34,4, um recuo em relação aos R$ 35,2 de igual período de 2006. Esse valor do ano passado já considera o efeito positivo do bill & keep, sistema por meio do qual cada empresa de celular passa a pagar os custos de interconexão sobre cada chamada local para a outra operadora. Sem considerar esse sistema de cobrança, o ARPU do ano passado seria de R$ 29,9, o que traduziria um aumento de 15% em um ano.
No período de janeiro a março, a TIM adicionou 896 mil clientes a sua base, alcançando 25,8% de participação de mercado (alta de 2,3 pontos porcentuais sobre o primeiro trimestre de 2006). Houve crescimento de 31,4% na base de clientes de serviço pós-pago. Estes usuários passaram a representar 21,6% da base, alta de um ponto porcentual em 12 meses. No segmento corporativo, o crescimento foi ainda maior, de 50,3% na comparação anual. A clientela do sistema pré-pago cresceu 23,6%, para 20,6 milhões.
No fim de abril, a Telefônica anunciou e a compra da Olímpia, controladora da Telecom Italia. Dona da Telefônica, empresa de telefonia fixa de São Paulo, a espanhola divide com a Portugal Telecom o controle da operadora Vivo, líder no mercado celular no Brasil. A Telecom Italia, por sua vez, participa do bloco de controle da Brasil Telecom e é dona da TIM celular, segunda colocada no ranking de celulares. Com o negócio na Europa, o grupo ficará com 54% do mercado de celulares no Brasil. A transação promete causar um grande imbróglio no mercado brasileiro de telecomunicações e esquentar o debate sobre a revisão do marco regulatório.