Ao menos 26 pessoas foram presas nesta terça-feira (4/9) suspeitas de integrarem uma organização criminosa especializada em crimes de internet que desviava dinheiro de contas bancárias de clientes. A operação, batizada de Carranca de Tróia, foi desencadeada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal, e aconteceu nos estados de Pernambuco e Ceará, e contou com a participação de cerca de 100 agentes e membros do MPF. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens dos suspeitos.
Segundo a PF, o grupo desviava recursos de clientes de diversas instituições bancárias para contas de pessoas previamente cooptadas, que atuavam como laranjas. Uma das instituições bancárias alvos da fraude foi a Caixa Econômica Federal.
Os bandidos criavam páginas de internet falsas de instituições bancárias para capturar informações sigilosas (número de conta corrente, agências e senhas) digitadas pelas vítimas, que eram induzidas a acessar tais páginas a partir de mensagens que recebiam por e-mail ou pelo site de relacionamentos Orkut.
Além disso, eles enviavam através da internet programas de computador denominados Cavalo de Tróia, trojans ou keylogs, ou ainda os spywares, capazes de monitorar e capturar informações bancárias sigilosas nos computadores das vítimas.
Os programas maliciosos eram enviados por e-mails ou embutidos em links vinculados, por exemplo, a programas de televisão, pornografia, programas sociais do Fome Zero e mensagens associando fotos pessoais ou de amigos. Durante as investigações, constatou-se que policiais civis de Petrolina, em Pernambuco, recebiam R$ 50 mil para permitir a fuga de integrantes da quadrilha na cidade, em detrimento de mandado de prisão expedido pela Justiça Estadual.
As investigações, iniciadas em abril, revelaram também a prática de outros crimes, como lavagem de dinheiro. Verificou-se que os integrantes do grupo exibiam um padrão de vida incompatível com suas respectivas rendas. Adquiriram veículos, imóveis, comércio, entre outros bens.
No final da noite, porém, 14 das 26 pessoas detidas foram liberadas após prestarem depoimentos. As prisões ocorreram nas cidades de Petrolina (PE) e Cedro (CE). Dois escrivãos da Polícia Civil estão entre os detidos.