Novo diretor corporativo da MV quer acelerar adoção de inovações em Saúde

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Com experiência no desenvolvimento de plataformas em nuvem e produtos corporativos no Brasil e no exterior, Ubirajara Maia assume o cargo de diretor corporativo de sistemas da MV, com o objetivo de reforçar a atuação da empresa, tanto no Brasil como no exterior, buscando solidificar o mercado da companhia que detém mais de mil instituições clientes e 375 mil usuários, entre hospitais, operadoras de planos de saúde e unidades de saúde pública.

Ele está à frente de uma equipe composta por 500 profissionais distribuídos na sede da MV no Recife e nas filiais de Fortaleza, Porto Alegre, Passo Fundo-RS, Ribeirão Preto-SP e Teresópolis-RJ.

Mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pós-graduado em Finanças pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV), o executivo tem em seu histórico profissional passagens pelas empresas NeoGrid, Datasul e Totvs.

Após recente participação no Media X, programa de pesquisa e inovação da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o executivo traz para a saúde novos conceitos, buscando elevar o patamar do setor, melhorar o atendimento a pacientes e diminuir os custos de operação. Entre os desafios tecnológicos, pretende trabalhar com temas como aplicações em nuvem, health analytics, soluções BPM, mobile, integração, IoT (Internet of Things) e User Experience, temas essências para a MV  manter liderança no segmento de soluções de TI para a saúde.

Ubirajara Maia

Para falar sobre esses desafios, Maia concedeu a seguinte entrevista para a TI INSIDE:

TI Inside – Como você vê o uso de soluções inovadoras na gestão e negócios da saúde pública e privada? Quais os desafios e prioridades que as instituições devem levar em conta para essa adoção? Quais as prioridades que podem trazer resultado mais rápido aos negócios?

Maia– O uso de soluções inovadoras na saúde pública e privada está criando como base um modelo integral, que engloba os dados das pessoas, para haver um melhor acompanhamento da saúde e, dessa forma, o desenvolvimento de métodos mais assertivos de tratamento e mais eficientes na gestão de custos. Como exemplo desse tipo de tecnologia, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) do SOUL MV. A solução reúne, em um único local, todas as informações clínicas e assistenciais de todos os atendimentos realizados em um hospital ou rede e ainda permite a criação de prescrições padronizadas, protocolos clínicos e alertas automáticos no caso de interações medicamentosas e alergias, dando mais segurança e agilidade às atividades médicas.

Sem dúvida, o uso de tecnologias para aconselhamentos, protocolos e diretrizes clínicas geram, por si só, melhor qualidade no atendimento a pacientes, além de apoio de gestão com recomendações sobre custos de aquisição e eficácia de materiais, medicamentos, OPMEs, etc. Porém, a adoção disso ainda esbarra na medição do valor de uma tecnologia em saúde. Além da dificuldade de observação das dimensões potenciais que as inovações podem trazer, a cultura dos profissionais avessos à adoção de novas tecnologias no dia a dia também se mostra um desafio.

Em relação às prioridades a serem consideradas, pode-se citar os diversos ganhos ao negócio e à área da saúde. Afinal, em hospitais públicos e privados, a adoção de tecnologias favorece: a conquista de tratamentos mais eficazes e rápidos aos pacientes; o menor volume de glosas por acompanhamento de autorizações e rotinas de auditoria de pagamentos de convênios; a recuperação dos pacientes, com atendimentos mais rápidos, precisos e sem a repetição de exames já realizados; o acompanhamento em tempo real de todos os conjuntos de informações que dispositivos móveis podem fornecer, alimentando diretamente o Registro Eletrônico de Saúde (RES), ou seja, o prontuário unificado. Já para as operadoras de planos de saúde, os destaques são: beneficiários mais saudáveis e com menor sinistralidade (custo na utilização do plano); e possibilidade de trabalho de todos os indicadores da ANS na área de prevenção, provendo, assim, um maior indicador no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar da própria agência.

TI Inside –  Depois de um movimento de consolidação do setor, ela agora se abre para investimento de capital externo. Você acredita que isso trará benefícios para adoção de novas tecnologias de informação e para o mercado? Quais suas expectativas?

Maia – Somente com o tempo será possível analisar os reais benefícios provocados pela autorização da participação de empresas estrangeiras ou de capital estrangeiro na assistência à saúde. No entanto, do nosso ponto de vista, enquanto negócio, a expectativa é que isso favoreça o aumento de investimentos em modernização de equipamentos e sistemas; o uso de tecnologias inovadoras para obtenção de melhorias nos processos de gestão; a conquista de maior qualidade na assistência a partir da adoção de novas práticas, de mais oferta de serviços, de maior profissionalização do corpo clínico, da diminuição do risco de falta de atendimento, etc. Se essas expectativas forem atendidas, entre os principais beneficiários estará o paciente.

TI Inside  – Do ponto de vista de gestão, o setor discute questões como padronização e interoperabilidade dos prontuários dos pacientes. Uma das questões sempre mencionada como um impeditivo é privacidade e segurança do paciente? Como a MV, que tem uma grande número de clientes, vê essa questão?

Maia – Todas as informações da saúde da pessoa (desde informações usadas apenas para uma visão geral do médico até informações relativas a administração de medicamentos, coleta de exames, terapia para área específica, etc) pertencem ao indivíduo. Contudo, devem ser de fácil acesso durante o seu atendimento para que os profissionais da área de saúde possam atuar de forma precisa. A intenção é garantir o sigilo da atuação do ato médico, mas passar a informação necessária para a ação de evolução da condição do paciente. Por exemplo, possibilitar pesquisas de informações demográficas sem especificar o indivíduo, ou seja, saber o quantitativo de pessoas com DST sem informar os respectivos nomes das mesmas. Em relação a isso, consideramos que nosso sistema apresenta um modelo de disposição de informações (com regras de acessos, certificados digitais, canais seguros, etc) para cada área de atendimento, o que gera segurança para manter a privacidade do paciente.

TI Inside  – Qual a estratégia da MV para oferecer ao mercado soluções de saúde conectada?  E o cloud healthcare?

Maia – Como líder no segmento de desenvolvimento de software para a área da saúde no Brasil, temos investido fortemente nos últimos anos para poder disponibilizar suas soluções em cloud. Hoje, já temos vários hospitais hospedados em cloud e municípios com todas as informações de saúde pública. Porém, os desafios ainda são os custos de hospedagem versus site local e preconceito do clientes. Por outro lado, temos como premissa deixar um legado na atenção à saúde das pessoas, alinhando a saúde e o bem-estar como evolução ao modelo de saúde brasileiro. Para tanto, estamos investindo fortemente em uma nova plataforma de saúde integral, o Global Health, que conecta pessoas, médicos, hospitais, clínicas, laboratórios, operadoras e demais atores da saúde pública e privada e marca, assim, um novo cenário no cuidado da saúde e do bem-estar, permitindo que tanto pessoas sadias quanto com doenças crônicas tenham facilidade no acompanhamento da saúde de forma preventiva. Todo o ambiente do Global Health visa a interoperabilidade de todos os atores da saúde, desde aplicações móveis a sistemas ligados a qualquer provedor de soluções. Além disso, visa reunir todas as informações referentes à saúde de cada pessoa centralizada num ambiente em cloud.

TI Inside – Como a MV pretende atingir os desafios mencionados, tanto do ponto de vista de tecnologia quanto de negócios?

Maia – O segmento de tecnologia como um todo está em franco crescimento e o mercado de software de gestão hospitalar acompanha essa tendência. A demanda atual da saúde é por mais aplicativos na área clínico-assistencial e gestão estratégica. As principais tendências estão relacionadas à melhoria do cuidado ao paciente com integração entre profissionais da saúde e análise de informações para prevenir riscos ao paciente. Para acompanhar as tendências e nos mantermos na liderança deste segmento, consideramos estratégicas as parcerias para co-criações e desenvolvimento de inovações disruptivas e as aquisições para o aperfeiçoamento da capacidade produtiva e tecnológica da empresa.

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