Tecnologia, o valor dos serviços e o carro na garagem

1

Desde o início dos tempos, a história da humanidade passa por grandes e frequentes momentos de ruptura, incluindo a extinção de espécies, passando por momentos como a revolução industrial até os tempos atuais, em que vemos saltos exponenciais de evolução tecnológica. Se companhias aéreas levaram 68 anos para ganhar 50 milhões de clientes, o jogo Fortnite acumulou 100 milhões de usuários em cinco meses, e o Pokémon Go alcançou esse marco em menos de um mês.

Essa evolução ilustra ciclos de adoção de produtos de base tecnológica cada vez mais rápidos, e essa velocidade é uma das características da sociedade pós-industrial, em que nos encontramos atualmente. Outra característica dos tempos atuais é o conhecimento, o que está diretamente relacionado à ênfase em serviços para extrair o máximo da tecnologia.

Tendo acompanhado a trajetória de muitas empresas na adoção de tecnologia, é comum ver o entusiasmo em torno da aquisição de plataformas que podem ser descritas como a Ferrari da categoria. Ao adquirir um carro como esse, o comprador tem uma expectativa sobre a performance, que tende a ser alta. Porém, para o carro sair da garagem é preciso gasolina: e, nessa analogia, os serviços são o combustível para que a tecnologia possa entrar na pista.

Nessa abordagem, em que a empresa consegue extrair valor de um software com serviços que ajudam a explorar totalmente a funcionalidade da plataforma, e também na absorção de conhecimento, existem alguns eixos a considerar: a tecnologia de fato, as pessoas e os processos.

Podemos usar como exemplo as fintechs, empresas de base tecnológica operando no setor de serviços financeiros, para ilustrar esses conceitos. A Ant Group, braço financeiro da gigante chinesa de tecnologia Alibaba, lança mão de sistemas baseados em machine learning e inteligência artificial para atender cerca de 1 bilhão de clientes com apenas 17 mil funcionários. Para comparação, o Bank of America emprega 209 mil funcionários para atender 67 milhões de clientes.

Para o observador desatento, é fácil pensar que a tecnologia substituiu as funções que normalmente seriam desempenhadas por pessoas. Na verdade, trata-se de ter experts em certas áreas de conhecimento, que trabalham de forma mais eficiente e tomam decisões de forma automatizada com o apoio da tecnologia e dados, bem como uma cultura corporativa que abrace esses preceitos. Por fim, é preciso pensar em processos que estimulem a aprendizagem contínua, apoiados por metodologias com foco na experimentação e na otimização do tempo das pessoas.

Ao usar serviços que considerem essa tríade de tecnologia, pessoas e processos, uma organização se torna mais apta a acompanhar a ruptura de seu setor de atuação, identificar oportunidades, deixar menos lacunas de experiência do cliente e minimizar ameaças de novos entrantes de mercado. Como diz o autor Simon Sinek em seu best-seller O Jogo Infinito, "isso garante a sua permanência no jogo". Juntas, as mudanças trazidas nesses três pilares são capazes de endereçar a transformação apoiada por tecnologia, bem como mudanças no modelo de operação necessários para criar a organização digital do futuro.

Ricardo Salama, head de vendas de serviços.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.