Ao discutir a sua estratégia para este ano em teleconferência com analistas, o LinkedIn disse que espera um aumento de pelo menos 20% na receita no negócio de serviços de recrutamento a partir do segundo semestre, depois de encerrar 2015 com crescimento de 30%. A expectativa reflete a pressão que a rede social de contatos profissionais vem enfrentando na Europa, Oriente Médio, África e região da Ásia-Pacífico, "dadas as atuais condições econômicas globais", segundo disse o diretor financeiro (CFO) Steve Sordello, em declaração à imprensa internacional.
A expectativa revela também um elevado grau de ansiedade do board da empresa em decorrência dos resultados financeiros do quarto trimestre e de todo o ano de 2015 nada animadores — alguns analista classificam a situação financeira como bastante preocupante. Embora a receita tenha registrado crescimento de 34% no último trimestre, para US$ 862 milhões, e de 35% no ano, totalizando cerca de US$ 3 bilhões, o LinkedIn encerrou o trimestre com prejuízo de US$ 8 milhões e o ano, com perda de US$ 166 milhões. O pior é que os prejuízos mais que dobraram de ano para ano. O prejuízo do quarto trimestre cresceu quase 170%, enquanto o prejuízo anual subiu quase 1.000%.
O fluxo de caixa livre foi de US$ 300 milhões, mas as despesas aumentaram 39% ano sobre ano, para US$ 877,9 milhões. Isso fez com que o LinkedIn encerrasse 2015 com US$ 3,1 bilhões em caixa e US$ 1,1 bilhão de dívida.
A quebra da receita por segmento de negócio mostra um bom desempenho. A receita da unidade chamada de Solutions Talent, que inclui as áreas de aprendizagem e desenvolvimento e responde por 62% da receita total, teve um crescimento de 45% no quarto trimestre, para US$ 535 milhões, e de 41% no ano, para US$ 1,8 bilhão. Mais de 3 mil contas corporativas foram adicionados em 2015 por esse serviço, elevando o total para mais de 42 mil contas, aumento 29% ano sobre ano.
Já a unidade de soluções de marketing (Market Solutions) registrou expansão de 20% no quarto trimestre, para US$ 183 milhões, e de 28% no ano, para US$ 581 milhões. Por fim, o segmento de assinaturas (Premium Subscriptions) cresceu 19% no ultimo trimestre, totalizando US$ 144 milhões, e 22% em 2105, perfazendo US$ 532 milhões. Os EUA responderam por 61% da receita.
O número de usuários registrados aumentou de 18 milhões para 414 milhões, enquanto o número de visitantes únicos cresceu apenas 7%, para 100 milhões, dos quais 57 milhões de usuários de dispositivos móveis. O número de page views subiu 26%, para 37 bilhões.
Os resultados não agradaram nenhum pouco Wall Street. As ações do LinkedIn tiveram uma queda de mais de 43% no fechamento desta sexta-feira, 5, na Bolsa de Nova York, negociadas a US$108,38.