Gestão de Governo orientada a dados e uso de IA: utopia ou algo possível?

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A integração de soluções avançadas de analytics com Inteligência Artificial (IA) na gestão pública está redefinindo os pilares da administração estatal.

Governos globais, pressionados por demandas por eficiência e transparência, estão adotando ferramentas de IA, análise preditiva e visualização de dados para aprimorar serviços públicos, combater a burocracia e criar um futuro melhor para seus cidadãos.

A IA tornou-se uma ferramenta poderosa para tornar as cidades mais seguras e eficientes. Segundo um relatório da Deloitte, 60% dos investimentos governamentais em IA e análise de dados visam impactar diretamente as decisões e resultados operacionais em tempo real.

Ao aproveitar o poder da IA, os governos estão otimizando operações, aprimorando a tomada de decisões e prestando serviços mais personalizados e eficientes aos cidadãos.

Quando utilizada com sistemas de inteligência de dados (BI ou Business Intelligence), a IA turbina as análises e otimiza os insights ao processar vastos conjuntos de dados. Juntas, a IA e o BI, por exemplo, podem simular projetos urbanos futuros, testar políticas econômicas e planejar estratégias climáticas.

A IA também pode otimizar a alocação de recursos e a gestão da infraestrutura ao gerenciar sistemas urbanos como fluxo de tráfego, redes de energia e serviços de emergência. Isso ajuda a garantir operações mais controladas e respostas rápidas às mudanças.

Governos orientados a dados

Em todo o espectro do serviço público, estamos vendo análises baseadas em IA causarem impactos significativos.

Os benefícios de um governo analítico com tecnologia de IA são muitos, mas os principais são: oferecer serviços públicos mais eficientes, responsivos e personalizados.

A IA analisando grandes volumes de informações em tempo real ajuda as autoridades a tomar decisões inteligentes e proativas. Essa abordagem baseada em dados, aliada à automação, promove um governo mais ágil e confiável, que atende melhor seus cidadãos.

A IA também pode impactar diretamente as interações diárias dos cidadãos com os serviços governamentais. Chatbots e assistentes virtuais oferecem acesso instantâneo 24 horas por dia, sete dias por semana, a informações e suporte. Isso personaliza os serviços e agiliza processos burocráticos morosos.

A gestão de ativos públicos também pode tornar-se mais eficiente ao otimizar infraestruturas críticas, como redes elétricas e abastecimento de água, reduzindo custos e o impacto ambiental. De acordo com a consultoria McKinsey, a IA pode estender a vida útil dos ativos, entre 20% e 40%, e reduzir o tempo de inatividade das máquinas em até 50%, minimizando interrupções de serviço e levando a melhorias operacionais significativas.

Outro importante benefício é promover um maior engajamento e comunicação dos cidadãos. Assistentes virtuais podem responder às perguntas dos cidadãos e ajudar os governos locais a ouvir melhor as preocupações da comunidade. Em Singapura, por exemplo, a IA já está sendo utilizada para enviar lembretes sobre as próximas vacinações ou prazos de matrícula escolar com base em dados governamentais.

Por fim, a transparência é outra demanda que pode ser otimizada. Em Boston, por exemplo, o CityScore publica diariamente métricas de desempenho – desde tempo de resposta de ambulâncias até uso de bibliotecas – em painéis de dados que ficam acessíveis à população.

O verdadeiro potencial da transformação dos Governos em direção à orientação da tomada de decisões baseada em dados reside na capacidade de reinventar o contrato social, colocando o cidadão no centro das decisões para  tornar o Estado mais ágil, aberto e confiável.

Sandro Balbuena, líder de novos negócios da Strategy Brasil.

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